Justiça do Rio julga dois filhos de Flordelis por assassinato do pastor Anderson
Dois filhos da pastora e ex-deputada federal Flordelis dos Santos Souza começam a ser julgados na tarde desta terça-feira, 23, pelo assassinato do pastor Anderson do Carmo, marido da ex-parlamentar. Flávio dos Santos Rodrigues, de 38 anos, e Lucas Cézar dos Santos de Souza, de 20 anos, respondem por homicídio triplamente qualificado: por motivo torpe, usando meio cruel e sem dar chance de defesa à vítima. Serão submetidos ao Tribunal do Júri de Niterói, na região metropolitana do Rio onde o crime ocorreu, em 16 de junho de 2019.
Flavio e Lucas são os primeiros acusados do crime a serem julgados, dois anos, cinco meses e uma semana após o homicídio. Outras dez pessoas, inclusive a própria Flordelis, também respondem pelo mesmo assassinato, mas esses julgamentos ainda não têm data marcada. Ela recorre ao Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra a acusação.
Filho biológico da ex-parlamentar, Flávio é acusado de ser ter dado os tiros que mataram Anderson. Lucas, que foi adotado por ela, responde por ter supostamente ajudado o irmão na compra da arma usada no crime. O julgamento será presidido pela juíza Nearis dos Santos Arce, da 3ª Vara Criminal de Niterói. Deve se estender por dois ou três dias.
Quem vai decidir pela condenação ou absolvição dos dois serão sete jurados. Eles serão sorteados a partir de uma lista de 25 cidadãos, composta pela Justiça. São pessoas comuns moradoras de Niterói, não necessariamente com conhecimentos jurídicos. Na audiência, dezessete pessoas serão ouvidas como testemunhas.
Pai de Anderson diz que espera justiça
O pai de Anderson do Carmo, Jorge de Souza, chegou ao fórum de Niterói por volta das 12h45. Emocionado, afirmou que espera que seja feita justiça. Souza é assistente de acusação, representado pelo advogado Ângelo Máximo.
"Nossa expectativa é de que Flávio finalmente aponte a mãe como mandante do crime", afirmou o advogado. O filho biológico confessou ter sido autor dos tiros que mataram Anderson do Carmo, em vídeo gravado na delegacia. Depois ele negou o crime e afirmou ter sido obrigado a confessar.
"No vídeo ele pede água e um funcionário (da delegacia) pergunta se ele quer gelada ou natural. Como pode depois afirmar que foi torturado, se até a temperatura da água ele pode escolher?", questionou o advogado.
O advogado de Flordelis, Rodrigo Faucz, também foi ao fórum para acompanhar o julgamento. Ele afirmou que nada do que se debata pode envolver sua cliente, que segundo ele é inocente. "Estamos aguardando os recursos ao STJ, para que se faça justiça", disse.
Flordelis teve o mandato cassado pela Câmara dos Deputados, em agosto de 2020. Desde o início das investigações, alega que não teve nenhum envolvimento com o assassinato do marido.
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