Gasto estatal do Brasil com saúde é um dos mais baixos do mundo, afirma IBGE
O porcentual de gastos do governo brasileiro com a saúde da população é um dos mais baixos do mundo. Equivale a 3,8% do Produto Interno Bruto (PIB) e só é maior que o do México, cuja administração investe 2,7% do seu PIB em saúde. Os números fazem parte da pesquisa Conta-Satélite de Saúde, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgada na manhã desta quinta-feira, 13.
Entre 2010 e 2019, as despesas com bens e serviços de saúde no Brasil aumentaram de 8,0% do PIB para 9,6% do PIB. O aumento, no entanto, saiu do bolso dos brasileiros. O gasto governamental se manteve relativamente estável ao longo desse período, enquanto o das famílias aumentou.
Em 2019, o consumo final de bens e serviços de saúde alcançou R$ 711,4 bilhões; dos quais as despesas das famílias brasileiras somaram R$ 427,8 bilhões (5,8% do PIB) e as do governo, R$ 283,6 bilhões (3,8% do PIB). Em 2010, a contribuição das famílias correspondia a 4,4%, enquanto que a do governo era de 3,6%.
Em média, em países selecionados da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), os governos apresentam gastos equivalentes a 6,5% do PIB, enquanto que as famílias apenas 2,3% do PIB. Em alguns países, como Alemanha, França e Reino Unido, o investimento dos governos é ainda mais alto, 9,9%, 9,3% e 8,0% do PIB, respectivamente. Na América Latina, a Colômbia e o Chile apresentam um gasto governamental proporcionalmente maior do que o brasileiro, 6,0% e 5,7%.
A principal despesa das famílias é com os serviços privados de saúde (como planos de saúde), que respondem por 67,5% do total das despesas nesse segmento. Os gastos com medicamentos, que em 2019 totalizaram R$ 122,7 bilhões, correspondem a 29,3% das despesas das famílias com saúde.
Outro indicador apresentado pela pesquisa é o da despesa per capita com saúde. Em 2019, o gasto per capita com o consumo de bens e serviços de saúde das famílias alcançou R$ 2.035,6, enquanto que o do governo foi de R$ 1.349,6.
A análise das despesas per capita utilizou a chamada paridade de poder de compra entre os países em dólares (US$ PPP). O cálculo permite comparar a capacidade de consumo de produtos de saúde do Brasil em relação a de outros países. Nessa comparação, as despesas brasileiras per capita com saúde são mais elevadas que a de outros países latino-americanos, como Colômbia e México. Ficam, porém, abaixo da média observada nos países da OCDE, que despendem o equivalente a 2,9 vezes o gasto brasileiro.
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