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Randolfe Rodrigues critica fala de Queiroga na TV: 'É muita cara de pau'

Queda-de-braço: Randolfe tenta obter as assinaturas para instalar a CPI do MEC, e o governo trata de evitá-las - Edilson Rodrigues/Agência Senado
Queda-de-braço: Randolfe tenta obter as assinaturas para instalar a CPI do MEC, e o governo trata de evitá-las Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado

Davi Medeiros

Do Estadão Conteúdo, em São Paulo

18/04/2022 12h09

O pronunciamento do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, que foi à rede nacional de rádio e televisão neste domingo, 17, anunciar que vê indícios para encerrar a emergência sanitária por covid-19 no País, reacendeu a guerra de versões sobre a atuação do governo na pandemia nas mídias sociais. Integrantes da oposição relembraram crises envolvendo a gestão federal no combate ao novo coronavírus, enquanto governistas destacaram o alto índice de vacinação e reforçaram o teor da fala do ministro.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), que integrou a cúpula da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, reivindicou para o colegiado o mérito que Queiroga diz ser do governo federal. "É muita cara de pau Queiroga ir pra TV falar que eles fizeram algo para salvar vidas! Se não fosse a CPI da Pandemia não tinha vacina, tinha propina para os integrantes do Governo! A vacina está garantindo a superação da pandemia, o Governo garantiu a crise!", publicou o senador.

Randolfe afirma com frequência que a CPI foi responsável por trazer imunizantes contra a doença ao País. O feito também é disputado por João Doria (PSDB), ex-governador de São Paulo.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) classificou a fala do ministro como uma tentativa de "falsear a história". Escreveu: "Queiroga na TV é a tentativa torpe de falsear a história. Mais de 660 mil mortes, grau de letalidade altíssima, atraso na compra de vacinas, propina, cloroquina. O que conteve a pandemia foi a vacina, que eles tanto negavam".

A deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) descreveu a atitude do Ministério da Saúde como um retrocesso. "Um país, isoladamente, não pode decretar o término da situação global de emergência sanitária", disse, embora a fala de Queiroga se referisse à situação no Brasil.

"Mas mesmo assim, Queiroga anuncia mais um retrocesso no combate à covid, confirmando o negacionismo desse governo que desde o início não se importou com a doença e nem com a vida das pessoas", completou.

A deputada Carla Zambelli (PL-SP) defendeu a atuação da Saúde na pandemia e elogiou a cobertura vacinal no País, apesar de já ter feito publicações lançando dúvidas sobre os imunizantes. "Ministro Queiroga anuncia edição de Ato Normativo declarando o fim do Estado de Emergência de Saúde Pública. A motivação da medida é a quantidade de vacinas disponíveis, ampla cobertura vacinal, capacidade de assistência do SUS, entre outros", escreveu.

O próprio Queiroga, por sua vez, exaltou a campanha de vacinação do País como a maior do mundo e afirmou que o Brasil "caminha para voltar à normalidade".