Gabriel Monteiro diz que nada o liga à morte de ex-assessor: 'Não existe nada'
O vereador do Rio Gabriel Monteiro (PL), alvo de denúncias de assédio sexual e moral feitas por ex-assessores, afirmou nesta terça-feira, 31, que não existe nenhuma "circunstância" ou "evidência" que o ligue ao acidente de carro que matou seu ex-assessor Vinicius Witeze na Região Serrana fluminense no último sábado. Witeze era testemunha no processo no Conselho de Ética da Câmara Municipal que pode levar à cassação do mandato do parlamentar. O vereador deu entrevista enquanto o conselho ouvia outra testemunha.
"Não existe nenhuma circunstância, evidência, nada que me ligue a morte do senhor Vinicius Ziza. Não existe nada que aponte que qualquer participação, qualquer interferência minha, qualquer feito meu, que tenha causado esse acidente. Isso é um fato", afirmou Gabriel Monteiro.
O vereador disse lamentar a morte do ex-assessor e afirmou que não deseja "a morte de ninguém".
"Eu lamento profundamente (a morte de Witeze). Não desejo a morte de ninguém. Não desejo que ninguém se machuque, que ninguém tenha nenhuma complicação em sua saúde, em sua vida, não quero que ninguém seja perseguido. Não é motivo de comemoração, motivo de glória e de nenhuma alegria", disse.
Ex-assessores de Gabriel Monteiro têm relatado sofrer ameaças de agressão e de morte. Elas têm sido feitas nas redes sociais. Começaram depois que eles que denunciaram o parlamentar. Nesta terça-feira, Luiza Batista, que trabalhou na produção de vídeos para Monteiro e o acusou de assédio sexual, reafirmou as denúncias contra o vereador. Ela contou que é a alvo de mensagens de ódio na internet.
"Eu sofria assédio sexual, assim como outras pessoas. Ele é um doente social. Só de ouvir a voz dele eu fico com o coração acelerado. Quero ficar bem longe. Nós recebemos mensagens via Instagram, principalmente. Já foram até o meu WhatsApp. São pessoas que eu não conheço, geralmente fakes, mas que fazem ameaças de morte, de agressões verbais e físicas", relatou Luiza.
Gabriel Monteiro nega as acusações, atribuindo-as a questões políticas.
Reforço na segurança
O presidente do Conselho de Ética da Câmara, vereador Alexandre Isquierdo (União Brasil), disse que o presidente da Casa, Carlo Caiado (sem partido), ofereceu reforço na segurança dos integrantes do conselho. A medida, segundo ele, é de praxe. Cada vereador vai avaliar se aceita ou não.
Isquierdo disse ainda que o Conselho de Ética e a Comissão de Direitos Humanos, presidida pela vereadora Teresa Bergher (Cidadania), presta apoio a todos os depoentes, com a possibilidade de reforço na segurança. As testemunhas ameaçadas foram orientadas a registrar as ameaças na Polícia Civil.
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