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PGR pede à PF identificar membros de grupo de influenciador que ameaçou ministros

22.07.2022 - O youtuber Ivan Rejane, o "Ivan Papo Reto", divulgou vídeo com ameaças a ministros do STF e lideranças de esquerda - Youtube / Reprodução
22.07.2022 - O youtuber Ivan Rejane, o 'Ivan Papo Reto', divulgou vídeo com ameaças a ministros do STF e lideranças de esquerda Imagem: Youtube / Reprodução

Rayssa Motta

Em São Paulo

19/08/2022 19h01Atualizada em 19/08/2022 20h08

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu nesta sexta-feira, 19, que a Polícia Federal (PF) identifique todos os 159 integrantes de um grupo de Telegram criado pelo extremista Ivan Rejane Fonte Boa Pinto. Ele foi preso preventivamente depois de divulgar vídeos com ameaças ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

O grupo, chamado 'Caçadores de ratos do STF', foi descoberto pela Polícia Federal na investigação que levou ao indiciamento de Ivan Pinto por associação criminosa. O delegado federal Fábio Alvarez Shor, responsável pelo caso, disse que o influenciador bolsonarista "agiu de forma consciente e voluntária para tentar abolir o estado democrático de direito".

A descrição do grupo diz: "Grupo de pessoas dispostas a colocar pressão 24 horas em cima dos ratos do STF. Vamos caçar estes vagabundos em qualquer ligar que eles andem neste País. Sem violência física, mas com muita pressão moral. O objetivo é que os os vagabundos entreguem a toga".

A PGR quer saber quem são os outros membros e o teor das conversas. A avaliação é a de que, sem a identificação de mais pessoas, não é possível "confirmar a existência de uma associação criminosa".

"A tipicidade penal da associação criminosa requer permanência e estabilidade do agrupamento criminoso composto por, pelo menos, três pessoas, no desiderato de cometer diversos crimes No caso concreto, a investigação não apontou quais seriam os integrantes dessa associação criminosa, tampouco a sua organização e divisão de tarefas, além de outros elementos do elo associativo", diz um trecho da manifestação enviada ao STF pela vice-procuradora-geral da República Lindôra Araújo.

Lindôra afirma, em contrapartida, que a hipótese criminal é "factível de ser revelada" com o aprofundamento da investigação e a análise das mensagens.