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Quem são os deputados federais alvos do inquérito da PGR por atos golpistas

André Fernandes, Clarissa Tércio e Silvia Waiãpi são os três deputados federais diplomados apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como incitadores dos atos golpistas registrados em Brasília no último domingo. - Reprodução/Instagram
André Fernandes, Clarissa Tércio e Silvia Waiãpi são os três deputados federais diplomados apontados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como incitadores dos atos golpistas registrados em Brasília no último domingo. Imagem: Reprodução/Instagram

Em São Paulo

12/01/2023 14h23Atualizada em 12/01/2023 15h12

A Procuradoria-Geral da República (PGR) entrou com um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quarta-feira, 11, de investigação contra três deputados federais diplomados que incitaram aos atos golpistas registrados em Brasília no último domingo, 8. Apoiadores dos ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) invadiram e depredaram os prédios públicos e históricos do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto.

O pedido de inquérito cita André Fernandes (PL-CE), Clarissa Tércio (PP-PE) e Silvia Waiãpi (PL-AP) e tem como base publicações dos parlamentares nas redes socais. As mensagens, de acordo com a PGR, estimularam as ações criminosas de extremistas na Praça dos Três Poderes.

Conheça quem os citados

André Fernandes

O cearense de 25 anos começou sua carreira política como deputado estadual, eleito em 2018 com 109 mil votos. André já era conhecido anteriormente pelos vídeos de humor e políticos que publicava na internet, com apoio ao impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) e ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Quatro anos depois, conquistou uma cadeira como deputado federal pelo Ceará, com 229 mil votos.

André Fernandes divulgou, no dia 6 de janeiro, o ato que resultou na invasão do Palácio do Planalto e dos prédios do STF e do Congresso Nacional. "Neste final de semana acontecerá, na Praça dos Três Poderes, o primeiro ato contra o governo Lula. Estaremos Lá", disse. Ele também compartilhou uma foto da porta do armário de togas do ministro Alexandre de Moraes, arrancada pelos vândalos, com a legenda: "Quem rir vai preso".

Clarissa Tércio

Clarissa foi eleita pela primeira vez em 2018 como deputada estadual de Pernambuco em 2018 com 50 mil votos. Quatro anos depois, a parlamentar se tornou a segunda deputada mais votada em Pernambuco na eleição para a Câmara dos Deputados de 2022, com 240 mil votos. Clarissa e o seu marido, Junior Tércio (PP-PE), que foi o mais votado para a Assembleia Legislativa, são apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A deputada divulgou no Instagram um vídeo da invasão ao Congresso Nacional: "Acabamos de tomar o poder. Estamos dentro do Congresso. Todo povo está aqui em cima. Isso vai ficar para a história, a história dos meus netos, dos meus bisnetos."

Sobre o pedido da PGR, Clarissa publicou em suas redes sociais: "Postar um vídeo pedindo oração pelo meu País é considerado incitação a atos de terrorismo? Se for, esse é meu crime!", disse.

Silvia Waiãpi

Primeira mulher indígena a ingressar no Exército Brasileiro, Silvia foi uma das quatro mulheres integrantes do grupo de transição anunciado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro, ainda em 2018. No ano seguinte, assumiu sua segunda posição no governo como secretária de Saúde Indígena do Ministério da Saúde sob indicação do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta.

Em fevereiro de 2021, passou a ser a conselheira do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial (CNPIR), órgão vinculado ao Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, que tinha como liderança a ex-ministra Damares Alves.

Nas eleições de 2022, Sílvia foi ativa na campanha de reeleição do ex-presidente Bolsonaro. Ela conquistou um cargo como deputada federal pelo Amapá com 5 mil votos.

Segundo a PGR, Silvia Waiãpi divulgou vídeo das invasões com legendas que "endossavam" a ação dos extremistas e "fomentavam" os atos. "Povo toma a Esplanada dos Ministérios nesse domingo! Tomada de poder pelo povo brasileiro insatisfeito com o governo vermelho", escreveu.