Em um dia, cartão de Bolsonaro pagou 6 contas de R$ 9,5 mil em lanchonete
Integrantes do governo Jair Bolsonaro gastaram R$ 626,3 mil do cartão corporativo da Presidência da República na lanchonete Tony & Thais, na zona sul de São Paulo, entre 2019 e 2022. Em apenas um CPF —em nome do motorista da Presidência Alexandre Silva Almeida—, o gasto foi de R$ 62,2 mil apenas no dia 15 de abril de 2022.
Naquele dia, Almeida realizou sete pagamentos: seis no valor de R$ 9.500 e um outro de R$ 5.206. Nos quatro anos da gestão Bolsonaro, ele gastou R$ 123 mil no endereço.
Mas outro CPF, cujo dono não foi identificado pelo UOL, gastou ainda mais: R$ 131 mil em quatro anos, em 20 contas —cinco delas de R$ 9.000, duas das quais no mesmo dia 6 de agosto de 2020.
As outras 11 pessoas que usaram o cartão corporativo na lanchonete realizaram os seguintes gastos nos anos Bolsonaro:
- R$ 86,8 mil em 15 pagamentos
- R$ 57,8 mil em oito pagamentos
- R$ 50,7 mil em sete pagamentos
- R$ 49,2 mil em nove pagamentos
- R$ 41,4 mil em sete pagamentos
- R$ 32,3 mil em sete pagamentos
- R$ 14,7 mil em duas pagamentos
- R$ 12,8 mil em três pagamentos
- R$ 12,1 mil em dois pagamentos
- R$ 9,2 mil em quatro pagamentos
- R$ 4.648 em um pagamento
Os gastos foram publicados em resposta à agência Fiquem Sabendo por meio de LAI (Lei de Acesso à Informação). Ao todo, os gastos com o cartão corporativo da Presidência totalizaram R$ 27,6 milhões entre 2019 e 2022.
Lanchonete Tony & Thais
Com capital de R$ 50 mil, a lanchonete foi aberta em 2005 e seus donos são Antônio Rodrigues dos Santos e Dorgival Antônio da Silva.
O UOL ligou para a lanchonete e conversou com Dorgival —no quadro societário desde 2017. Após identificação da reportagem, ele afirmou que "o dono está de férias, liga daqui um mês". Após insistência do UOL, o homem desligou o telefone.
O UOL esteve no restaurante na tarde de hoje. O clima era de fim de almoço no espaço de dois andares. No térreo, seis pessoas tomavam cerveja, que ali custa de R$ 6 (Brahma em lata) a R$ 17 (Heineken garrafa).
Por volta das 13h50, apenas nove pessoas ocupavam alguns dos 30 lugares à disposição no segundo andar. O restaurante cobra R$ 59,90 o quilo da comida, mas por R$ 25 se come à vontade.
As opções não lembravam em nada as fotos exibidas na página da lanchonete no Facebook. A churrasqueira no andar de cima estava desativada porque o movimento está fraco. "Muita gente ainda está de férias", disse o caixa.
Quem é o motorista?
Com salário bruto de R$ 7.654,51, Almeida ingressou no funcionalismo público em 1995. Foi nomeado para o cargo de motorista da Presidência em portaria de abril de 2005.
O UOL pediu à assessoria da Presidência para conversar com Almeida, mas não recebeu resposta até esta publicação.
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