Tarcísio diz que 'pobre não sabe o que é direita ou esquerda' na política
"O que nos cabe é trazer racionalidade e pragmatismo para o debate político. Tem uma população muito carente que depende de nós. Independentemente de eu ser um cara mais à direita", disse, durante participação online em evento promovido pelo BTG Pactual. "Não importa se você é de direita ou de esquerda, o pobre não sabe o que é direta ou esquerda. Ele precisa de teto, abrigo, precisa de proteção, de saúde, de resolução de seus problemas imediatos, de diminuição dos tempos de cirurgias. O jovem precisa de perspectivas", completou, após ser questionado sobre a polarização do País.
Para o governador, o debate programático e a solução de problemas se perdem em um ambiente polarizado. "No final das contas, as pautas da direita e da esquerda muitas vezes convergem. (...) O que vai diferenciar a esquerda ou a direita é o caminho (com) que vamos atingir nossos objetivos."
Questionado sobre o relacionamento com o governo federal, Tarcísio disse ter uma "relação republicana" com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "É necessário o apoio do governo federal, por exemplo, na política de habitação. A gente só vai ter efetividade na segurança pública se tiver a colaboração do governo federal. O mesmo vale para a saúde", disse.
"São Paulo representa um terço do PIB brasileiro, não tem como o Brasil ir bem com São Paulo indo mal", afirmou.
Reforma tributária
Com os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD), presentes no evento, Tarcísio defendeu o avanço da reforma tributária para alavancar investimentos.
Os líderes divergiram sobre a viabilidade da aprovação da pauta. De acordo com Ratinho, o governo do PT não tem, historicamente, perfil reformista. "Geralmente, (para) uma reforma tributária, você precisa ter um ambiente econômico saudável, coisa que nós não temos no mundo", disse. Para ele, o governo federal e o Congresso devem avançar apenas em uma simplificação de tributos.
Na visão de Tarcísio, por outro lado, há grande possibilidade de a reforma avançar, ao citar o perfil "reformista e liberal" do Congresso, mas destacou dificuldades. "Não é fácil, quem acha que a tramitação vai ser um mar de rosas está enganado, porque envolve a relação entre entes federados e a composição entre diversos setores."
Ele disse acreditar que os Estados estão "dispostos" a abrir mão, ao defender a cobrança de tributos no destino, política que afetaria o caixa de São Paulo. "A gente acha razoável, desde que tenha um período de compensação", afirmou.
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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