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Ex-motorista de Neruda insiste em versão de assassinato do poeta

03/05/2012 11h27

SANTIAGO DO CHILE, 3 MAI (ANSA) - O ex-motorista e assistente do escritor chileno Pablo Neruda, Prêmio Nobel de Literatura em 1971, reiterou que o poeta foi assassinado e que não morreu por motivos de saúde em 23 de setembro de 1973, como indica o laudo médico.

"Neruda foi assassinado, não estava para morrer e essa é a dor que todos temos, mas logo o exumaremos e verão que temos razão", afirmou Manuel Araya.

O ex-motorista se reuniu ontem com Guillermo Teillier, presidente do Partido Comunista, no qual Neruda militava e pelo qual foi pré-candidato à Presidência nas eleições de 1970. Em maio de 2011, Teiller apresentou uma ação para determinar as causas da morte do escritor.

"Me interessa muito que a morte de Pablo Neruda seja esclarecida e que saibamos se houve participação de terceiros ou se foi por causa natural. Como há um julgamento a respeito, quis conversar mais de perto com quem fez a denúncia e que tem muitos elementos de conhecimento direto de como se produziram os fatos nesses dias tão infelizes que se seguiram ao golpe", afirmou Teillier.

Neruda morreu na clínica Santa Maria, onde se encontrava internado por um câncer de próstata. Segundo o laudo médico, essa foi a causa da morte. Araya, no entanto, afirma que a morte do poeta foi produzida por uma injeção que agentes militares lhe aplicaram durante sua internação.

Em meados de abril, o juiz Mario Carroza enviou um pedido à Justiça francesa para que investigue se há registrado no país possíveis antecedentes médicos de Neruda, que foi embaixador do Chile em Paris durante o governo Allende (1970-1973). Com os resultados desse trâmite, o juiz resolverá se os restos do poeta serão exumados.