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Rússia teria tentado espionar líderes no G20

Em Roma

29/10/2013 15h36

Na última reunião de cúpula do G20, realizada nos dias 5 e 6 de setembro em São Petersburgo, o governo russo presenteou os líderes mundiais que participaram do encontro com pen drives para tentar interceptar o conteúdo dos seus computadores e celulares. As denúncias foram divulgadas pelos jornais italianos "Corriere della Sera" e "La Stampa". As primeiras suspeitas teriam partido do presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy, que advertiu os serviços de segurança do continente.   

A Comissão Europeia preferiu não comentar esse suposto novo caso de espionagem, mas fontes ligadas a ela disseram estar "conscientes dos riscos existentes". Em entrevista à ANSA, Dmitri Peskov, porta-voz do presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou que a acusação é uma clara tentativa de desviar as atenções de um problema realmente existente, que seriam as atividades de monitoramento por parte dos Estados Unidos. "Não sabemos as fontes dessas notícias. É uma hipótese que não existe", afirmou.   

Perguntado sobre a questão, o porta-voz do premier britânico, David Cameron, disse que ele não teria recebido diretamente o pen drive quando esteve em São Petersburgo e que o objeto fazia parte de um pacote de presentes para os delegados, e não para os líderes de cada país.   

Estados Unidos Segundo o jornal Los Angeles Times, os serviços de inteligência norte-americanos estão furiosos com a Casa Branca por acreditarem que foram abandonados por Barack Obama, que tentou manter-se distante do escândalo envolvendo a Agência de Segurança Nacional (NSA). "O presidente pode não ter recebido um briefing sobre a espionagem dos líderes mundiais, como diz a NSA. Mas o Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca sabia exatamente o que estava acontecendo. Afirmar o contrário é ridículo", declarou uma fonte anônima.   

De acordo com o Wall Street Journal, Obama passou cinco anos sem saber que governantes do mundo inteiro estavam sendo vigiados.   

No meio de 2013, após uma investigação interna da administração federal, o mandatário teria determinado a interrupção da operação.   

Como resposta às denúncias contra os Estados Unidos, a Procuradoria da Espanha para os crimes cibernéticos iniciou nesta terça-feira (29) uma investigação sobre o monitoramento de massa por parte dos serviços secretos dos EUA para verificar a existência de delitos passíveis de punição. O inquérito também tem como objetivo avaliar se uma eventual ação penal seria de competência espanhola.