Capitão condenado lança livro sobre naufrágio do Costa Concordia
Condenado em primeira instância a mais de 16 anos de prisão pelo naufrágio do navio Costa Concordia, em janeiro de 2012, o ex-capitão Francesco Schettino lançou nesta quinta-feira (25) um livro sobre a tragédia.
Escrito a quatro mãos com a jornalista Vittoriana Abate, "Le verità sommerse" ("As verdades submersas") narra os últimos momentos antes do transatlântico afundar, causando a morte de 32 pessoas. Segundo a repórter, a obra não é uma versão de Schettino sobre o naufrágio, mas sim um relato detalhado com fotos, documentos e interceptações telefônicas relativas ao caso.
O livro tem cerca de 600 páginas e foi lançado na cidade de Meta, terra natal do ex-comandante, que usou a dedicatória para enviar uma mensagem aos parentes das vítimas. "Àqueles que naquela noite foram atingidos por meio de seus entes mais queridos, porque a eles, mais do que a qualquer outro, deve ser dita a verdade", escreveu Schettino.
O Costa Concordia afundou no dia 13 de janeiro de 2012, após se chocar contra as rochas da ilha italiana de Giglio, na Toscana.
Depois de quase três anos de processo, o ex-capitão foi condenado em fevereiro passado a 10 anos de prisão por múltiplas lesões e múltiplos homicídios culposos, cinco por naufrágio culposo e um por abandono de navio e de incapazes.
Além disso, ele pegou um mês de detenção por não ter informado corretamente a Capitania dos Portos no momento do acidente, totalizando 16 anos e um mês de cadeia. A sentença também prevê que Schettino nunca mais ocupe cargos públicos e fique proibido de comandar embarcações por cinco anos.
Apesar de alta, a pena ficou bem abaixo do que pedia a Promotoria: 26 anos e três meses de prisão. Como a decisão foi em primeira instância, a Justiça decidiu mantê-lo em liberdade até que todos os recursos tenham se esgotado.
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