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Em clima tenso, premier designado pela ONU chega em Tripoli

30/03/2016 17h36

CAIRO E TRÍPOLI, 30 MAR (ANSA) - Em um clima de tensão que levou até a tiroteios, o primeiro-ministro designado pelas Nações Unidas para o governo de unidade da Líbia, Fayez Al Sarraj, chegou nesta quarta-feira (30) à capital do país, Trípoli. Al Sarraj fez um discurso apelando para que as forças políticas da Líbia "unam seus esforços" para combater o grupo extremista Estado Islâmico (EI, ex-Isis), que tem se aproveitado do vácuo político para conquistar espaço no país. O premier também demonstrou sua vontade de "manter a fé nos princípios da revolução de 17 de fevereiro" de 2011, que levou à queda do ditador Muamar Kadafi, e prometeu governar com a participação de "todos os líbios" e garantir um cessar-fogo.   

O conselho presidencial guiado pelo premier chegou a Trípoli por vias marítimas, vindo da Tunísia, e desembarcou na base naval de Abusetta. Sua chegada à cidade gerou fortes críticas do líder do governo que detém atualmente o poder em Trípoli e é considerado rebelde pela ONU, Khalifa Ghwell, o qual definiu a chegada de Al Sarraj como "ilegal". "Ele tem duas opções: entregar-se às autoridades ou voltar para a Tunísia", ameaçou.   

Por sua vez, presidente do Parlamento de Tobruk, Abdullah Thani, afirmou ontem (29) que não reconhecerá o governo de unidade até que seja aprovado na Câmara, a qual não consegue quórum para votar a medida. Al Sarraj desembarcou na capital líbia acompanhado de sete membros do governo de coalizão. A Líbia sofre com uma guerra civil desde 2011, quando a comunidade internacional apoiou os rebeldes para tirarem Kadafi do poder. Atualmente, o país tem três governos: um em Trípoli, considerado rebelde; outro em Tobruk, apoio pelo Parlamento reconhecido internacionalmente; e um terceiro, chamado de unidade nacional, que tem o suporte da ONU e das grandes potências, mas que não é bem-visto pelos outros dois. A Itália, por sua vez, elogiou a chegada do premier em Trípoli.   

"Esperamos que o governo de Al Sarraj possa agora trabalhar com interesse O ministro das Relações Exteriores da Itália, Paolo Gentiloni, disse que este "é um passo adiante para a estabilização da Líbia". (ANSA)
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