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Em quase 60 anos, Fidel sobreviveu a 11 presidentes dos EUA

26/11/2016 18h51

MIAMI, 26 NOV (ANSA) - Apesar dos complôs dos quais foi vítima, da frustrada tentativa de invasão norte-americana à Bahia dos Porcos e do embargo econômico imposto a Cuba, desde que subiu ao poder no dia 1º de janeiro de 1959, Fidel Castro sobreviveu a 11 presidentes dos Estados Unidos. Durante décadas de governo e de relações duras com os EUA, o ex-presidente, que faleceu neste sábado (26), enfrentou nada menos que Dwight Eisenhower, John F. Kennedy, Lyndon Johnson, Richard Nixon, Gerald Ford, Jimmy Carter, Ronald Reagan, George Bush, Bill Clinton, George W. Bush e Barack Obama.   

Dwight Eisenhower - No dia 3 de janeiro de 1961, Eisenhower fechou a Embaixada dos Estados Unidos em Havana e sancionou o fim das relações diplomáticas. Após a "revolução", Fidel aprovou a lei sobre a reforma agrária contra o latifúndio. O governo de Washington respondeu com uma série de medidas, entre elas a detenção da compra de açúcar cubano, produto do qual Cuba dependia em grande parte dos Estados Unidos. No governo de Eisenhower, Fidel também nacionalizou as propriedades dos norte-americanos na ilha. John F. Kennedy - Em abril de 1961, meses depois do fechamento das embaixadas, aconteceu, no governo de Kennedy, a famosa invasão da Baía dos Porcos conduzida por dissidentes cubanos exilados nos Estados Unidos com o apoio da Agência de Inteligência Civil Norte-Americana, a CIA. A operação foi um fracasso. Em fevereiro de 1962, Kennedy reforçou as restrições de Eisenhower. Em outubro do mesmo ano, se instaurou a temida "crise dos mísseis", que colocou o mundo à beira de uma guerra nuclear entre Estados Unidos e União Soviética durante a Guerra Fria. Lyndon Johnson - Em novembro de 1966, o Congresso dos Estados Unidos aprovou a lei do "ajuste cubano", através da qual foram autorizados benefícios especiais aos cubanos que chegavam ao território norte-americano. Richard Nixon - O governo de Nixon manteve as sanções anti-Cuba nos Estados Unidos. Gerald Ford - No governo de Ford, algumas medidas de "alívio" entraram em vigor, como a permissão aos empresários norte-americanos de visitar a ilha através de autorizações especiais.   

Jimmy Carter - O governo de Carter foi essencial para as relações entre Cuba e Estados Unidos. Em 1977, o presidente reativou o diálogo entre as duas nações, aliviando algumas sanções econômicas e permitindo a permanência em Cuba de cidadãos norte-americanos e a venda de remédios e alimentos. Foi nesse mandato, que também foi autorizado o envio de remessas por parte dos cubanos nos Estados Unidos. Nesse mesmo ano, foram abertas algumas representações diplomáticas. Ronald Reagan - O governo de Reagan, ao contrário do seu antecessor, endureceu novamente as relações com o país latino-americano, cancelando algumas medidas introduzidas por Carter e, em 1982, incluiu Havana na lista negra dos países que ameaçavam os Estados Unidos e criou novas restrições às importações para Cuba.   

George Bush - Ratificou a chamada Lei Toricelli, que endureceu as sanções através da proibição às filiais das companhias norte-americanas para operar na ilha. Bill Clinton - Durante o governo de Clinton, o embargo foi mais uma vez endurecido. Em 1996, foi aprovada a lei "Helms-Burton", introduzindo sanções às companhias que mantinham relações econômicas com Cuba. Três anos depois, Clinton atenuou o bloqueio. George W. Bush - O governo de Bush estabeleceu uma relação muito dura com Cuba. Em 2004, foi apresentado um plano que reforçou o embargo econômico abertamente com a intenção de "acelerar a liberação do povo cubano da tirania". Cuba, no entanto, considerou o plano "fascista". Barack Obama - Em seus dois mandatos, principalmente no segundo, Obama lidou com a questão de Cuba se utilizando da ideia de ruptura com o passado. Sendo assim, em 2009, grande parte das restrições impostas à imigração cubana foi suspensa. Já em dezembro de 2014, após 18 meses de negociações secretas, que contaram com o papa Francisco como um dos principais intermediários, Obama e Raúl Castro anunciaram oficialmente o início degelo e do restabelecimento das relações diplomáticas entre os dois países. (ANSA)
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