Governador se candidata a líder do maior partido da Itália
ROMA, 21 FEV (ANSA) - O governador da região da Púglia, Michele Emiliano, 57 anos, anunciou nesta terça-feira (21) sua candidatura a secretário-geral do centro-esquerdista Partido Democrático (PD), a maior legenda da Itália, desafiando o ex-primeiro-ministro Matteo Renzi.
Emiliano era um dos dissidentes que ameaçava abandonar a sigla, mas decidiu permanecer para tentar conquistar sua liderança nas primárias que devem ser realizadas entre abril e maio deste ano.
Se vencer a disputa, o governador será automaticamente candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições gerais.
"Gostaria de ter feito isso na assembleia [no último fim de semana], mas o respeito que tenho por [Enrico] Rossi e [Roberto] Speranza não me permitiu. Hoje afirmo que me candidatarei à secretaria do PD. Essa é minha casa, nossa casa, e ninguém pode me expulsar", declarou Emiliano, durante um encontro da direção do partido em Roma.
No entanto, o grupo liderado pelo deputado Roberto Speranza e pelo ex-secretário da legenda Pier Luigi Bersani deve promover uma cisão no PD, à qual deve se juntar o governador da Toscana, Enrico Rossi.
Essa ala minoritária vive em conflito com Renzi desde que ele assumiu o comando da sigla, no fim de 2013. As divergências se aprofundaram durante o mandato do ex-prefeito de Florença como primeiro-ministro e chegaram ao ápice após sua derrota no referendo constitucional de dezembro passado.
Depois da consulta popular, que levou à renúncia do premier, seus adversários no PD cobraram a antecipação do congresso para definir o próximo líder da sigla, que devia acontecer entre setembro e dezembro de 2017. É nesse evento que ocorrem as primárias.
Inicialmente refratário a essa ideia, o ex-primeiro-ministro cedeu e aceitou apressar a troca de poder na sigla, mas isso não foi suficiente para acalmar seus rivais, que mudaram de postura e passaram a exigir que Renzi continue no cargo até o fim do ano e dê apoio explícito para o premier Paolo Gentiloni concluir seu mandato, em 2018.
Além disso, a minoria diz que a antecipação do congresso do PD não dará tempo para se discutir adequadamente seu novo programa.
Esse grupo também pede que a sigla dê uma guinada à esquerda, renunciando às privatizações e fazendo as pazes com os sindicatos.
Contudo, é pouco provável, ao menos por enquanto, que algum expoente dessa facção consiga derrotar Renzi na disputa pela liderança do partido centro-esquerdista. Segundo as últimas pesquisas, o ex-primeiro-ministro teria entre 60% e 63% dos votos nas primárias, enquanto Emiliano ficaria com 21% a 25%.
Também cotado para disputar a eleição, o ministro da Justiça Andrea Orlando teria entre 12% e 15% do total.
Ao antecipar o congresso do PD, o ex-premier busca uma maneira de se fortalecer pelo voto e se sobrepor de maneira definitiva a seus adversários internos. Oriundo da democracia social e cristã, Renzi nunca agradou à ala mais tradicional da sigla, que tem raízes socialistas ou comunistas e o acusa de promover uma gestão autoritária e afastar o partido das propostas da esquerda.
"Com Rossi e Speranza, conduzimos uma reflexão comum, eles são pessoas do bem, de grande valor humano e que foram ofendidas pela obstinada recusa em promover qualquer mediação. Renzi é o mais satisfeito por uma possível cisão", ressaltou Emiliano, que governa a Puglia desde 2015 e foi prefeito de sua capital, Bari, entre 2004 e 2014.
A região fica no sul da Itália - no salto da bota - e está entre as mais pobres do país, embora ele goze de uma boa avaliação popular. Já o ex-premier está em viagem aos Estados Unidos e não participa da direção do PD. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Emiliano era um dos dissidentes que ameaçava abandonar a sigla, mas decidiu permanecer para tentar conquistar sua liderança nas primárias que devem ser realizadas entre abril e maio deste ano.
Se vencer a disputa, o governador será automaticamente candidato a primeiro-ministro nas próximas eleições gerais.
"Gostaria de ter feito isso na assembleia [no último fim de semana], mas o respeito que tenho por [Enrico] Rossi e [Roberto] Speranza não me permitiu. Hoje afirmo que me candidatarei à secretaria do PD. Essa é minha casa, nossa casa, e ninguém pode me expulsar", declarou Emiliano, durante um encontro da direção do partido em Roma.
No entanto, o grupo liderado pelo deputado Roberto Speranza e pelo ex-secretário da legenda Pier Luigi Bersani deve promover uma cisão no PD, à qual deve se juntar o governador da Toscana, Enrico Rossi.
Essa ala minoritária vive em conflito com Renzi desde que ele assumiu o comando da sigla, no fim de 2013. As divergências se aprofundaram durante o mandato do ex-prefeito de Florença como primeiro-ministro e chegaram ao ápice após sua derrota no referendo constitucional de dezembro passado.
Depois da consulta popular, que levou à renúncia do premier, seus adversários no PD cobraram a antecipação do congresso para definir o próximo líder da sigla, que devia acontecer entre setembro e dezembro de 2017. É nesse evento que ocorrem as primárias.
Inicialmente refratário a essa ideia, o ex-primeiro-ministro cedeu e aceitou apressar a troca de poder na sigla, mas isso não foi suficiente para acalmar seus rivais, que mudaram de postura e passaram a exigir que Renzi continue no cargo até o fim do ano e dê apoio explícito para o premier Paolo Gentiloni concluir seu mandato, em 2018.
Além disso, a minoria diz que a antecipação do congresso do PD não dará tempo para se discutir adequadamente seu novo programa.
Esse grupo também pede que a sigla dê uma guinada à esquerda, renunciando às privatizações e fazendo as pazes com os sindicatos.
Contudo, é pouco provável, ao menos por enquanto, que algum expoente dessa facção consiga derrotar Renzi na disputa pela liderança do partido centro-esquerdista. Segundo as últimas pesquisas, o ex-primeiro-ministro teria entre 60% e 63% dos votos nas primárias, enquanto Emiliano ficaria com 21% a 25%.
Também cotado para disputar a eleição, o ministro da Justiça Andrea Orlando teria entre 12% e 15% do total.
Ao antecipar o congresso do PD, o ex-premier busca uma maneira de se fortalecer pelo voto e se sobrepor de maneira definitiva a seus adversários internos. Oriundo da democracia social e cristã, Renzi nunca agradou à ala mais tradicional da sigla, que tem raízes socialistas ou comunistas e o acusa de promover uma gestão autoritária e afastar o partido das propostas da esquerda.
"Com Rossi e Speranza, conduzimos uma reflexão comum, eles são pessoas do bem, de grande valor humano e que foram ofendidas pela obstinada recusa em promover qualquer mediação. Renzi é o mais satisfeito por uma possível cisão", ressaltou Emiliano, que governa a Puglia desde 2015 e foi prefeito de sua capital, Bari, entre 2004 e 2014.
A região fica no sul da Itália - no salto da bota - e está entre as mais pobres do país, embora ele goze de uma boa avaliação popular. Já o ex-premier está em viagem aos Estados Unidos e não participa da direção do PD. (ANSA)
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