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Assessores de Le Pen são interrogados por contratos falsos

22/02/2017 11h18

PARIS, 22 FEV (ANSA) - Dois assessores da líder do partido ultranacionalista francês Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, foram interrogados na manhã desta quarta-feira, dia 22, em Nanterre, nas proximidades de Paris, no âmbito da investigação da polícia francesa sobre contratos falsos firmados pela candidata às eleições do país no Parlamento Europeu. A convocação do segurança de Le Pen, Thierry Légier, e da sua assistente pessoal, Catherine Griest, aconteceu dois dias após a sede do FN ter sido alvo de uma operação de busca e apreensão pela suspeita de que alguns de seus eurodeputados teriam contratado assessores com fundos europeus para trabalharem em funções internas da legenda e não em Estrasburgo. Segundo a imprensa francesa, Le Pen teria sido responsável por criar um contrato de trabalho "aparentemente falso" para Légier, que trabalha com a líder do FN desde 2011e que assinou "dois contratos de trabalho, um de quatro meses em 2009 e o segundo em 2011". O pagamento era referente a três quartos de jornada de trabalho, totalizando 7.237 euros por mês - em um salário integral de 9.649 euros - considerado "extremamente alto" pelo Escritório Antifraude da União Europeia (Olaf). Para o Escritório, isso representaria um "emprego fictício".   

Já o contrato de sua assistente pessoal, Catherine Griset, também está sob investigação não por questões salariais, mas pela assistente atuar tanto no Parlamento Europeu como na sede do FN na França, o que é proibido pela entidade.   

Sobre os interrogatórios, Le Pen disse aos jornalistas que "os franceses sabem a verdadeira diferença entre escândalos reais e complôs políticos", afirmando que o inquérito contra ela e seu partido tem como objetivo tentar atrapalhar seu bom desempenho nas primárias presidenciais francesas, que acontecerão no dia 23 de abril e nas quais a líder do FN ainda está na liderança. Já o advogado da política, Marcel Ceccaldi, disse em entrevista à emissora "BFM-TV" que as condições prévias nas quais estão acontecendo a investigação sobre os supostos contratos falsos dos assistentes parlamentares de Le Pen "não correspondem a aquelas de uma democracia". "A manipulação política desta investigação é evidente", afirmou o advogado. (ANSA)
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