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Kim Jong-nam foi morto com arma química, diz Malásia

24/02/2017 12h35

PEQUIM, 24 FEV (ANSA) - O meio-irmão do líder norte-coreano, Kim Jong-Nam, foi envenenado com VX, um poderoso agente neurotóxico conhecido por sua utilização como arma química, segundo análise elaborada pelo Departamento de Química da Malásia.   

Um relatório preliminar detectou vestígios do gás nos olhos e no rosto da vítima, que morreu no dia 13 de fevereiro, no aeroporto internacional de Kuala Lumpur, após ser atacado por duas mulheres.   

De acordo com as autoridades local, o veneno utilizado foi o agente VX - versão mais fatal que o gás sarin - indolor, inodoro e altamente tóxico. A substância ataca o sistema nervoso e muscular, atuando por inalação ou simples contato com a pele, e já foi banida pela ONU por ser considerada uma arma química. O Departamento de Química da Malásia identificou a substância como "etil S-2-diisopropilaminoetilmetilfosfonotiolato", nome científico do agente nervoso VX. O veneno foi utilizado como arma química na guerra entre Iraque e Irã na década de 1980.   

Na última quarta-feira (22), a polícia da Malásia prendeu um químico norte-coreano e as duas mulheres que abordaram Jong-Nam, uma vietnamita e uma indonésia, além de ter emitido mandados de prisão contra outros quatro norte-coreanos suspeitos de estarem envolvidos no crime.   

No entanto, acredita-se que os suspeitos fugiram da Malásia no mesmo dia da morte de Jong-Nam. Por sua vez, o governo da Coreia do Sul tem acusado o regime de Pyongyang pelo assassinato, que chegou a classificar de "ato terrorista".   

Já a imprensa norte-coreana quebrou um silêncio de dez dias e lançou duros ataques à Malásia, que diz gerir o caso de forma "imoral" e politicamente motivada. A agência oficial KCNA acusa o país de conspirar com a Coreia do Sul. O meio-irmão de Kim Jong-um era fruto da relação entre seu pai, Kim Jong-il (1941-2011), e uma atriz. Ele chegou a ser considerado o possível sucessor do "querido líder", mas nunca demonstrou interesse pela política e caiu em desgraça em 2001, ao tentar entrar no Japão com um passaporte falso.   

Kim Jong-Nam estava escondido na Malásia desde a execução do seu tio Jang Song-thaek, em 2014. (ANSA)
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