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Vai viajar à Itália? Saiba como evitar o sarampo

25/04/2017 20h52

SÃO PAULO, 25 ABR (ANSA) - Por Lucas Rizzi - Entre 1º de janeiro e 16 de abril de 2017, a Itália teve 1.603 casos de sarampo, quase 90% de todas as contaminações registradas em todo o ano de 2016.

O surto de uma doença que há tempos não faz parte da realidade do Brasil levantou temores em pessoas que planejam uma viagem ao "país da bota". Mas, se você é brasileiro, existem poucos motivos para se preocupar: para não pegar a doença, basta estar em dia com a vacina tríplice viral, que protege contra sarampo, rubéola e caxumba.

O próprio Ministério das Relações Exteriores não faz nenhuma recomendação específica referente à Itália, mas alerta que a vacinação contra difteria, tétano, hepatite B, sarampo, caxumba, rubéola e tuberculose é recomendada para qualquer tipo de viagem.

Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm), lembra que o sarampo já foi eliminado do país, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), mas recomenda que todas as pessoas que embarcarem para a Itália ou outras nações com surto, como Portugal, França e Alemanha, tomem a vacina.

"No último surto no Brasil, entre 2014 e 2015, quando o país estava prestes a receber da OMS o certificado de eliminação, o vírus que circulou entre nós veio da Europa e demorou para ser controlado", diz a especialista, em entrevista à ANSA.

Atualmente, mais de 95% da população infantil brasileira está protegida contra o sarampo, doença que um dia já foi uma das principais causas de mortalidade entre crianças no país. A vacinação já faz parte da rotina dos bebês e é administrada em duas doses.

Recentemente, o governo também ampliou o público alvo da tríplice viral em seu programa de vacinação gratuita. Até o início de março, a segunda dose só era dada até os 19 anos, limite que passou para 29. Para adultos entre 30 e 49 anos, é administrada apenas uma dose.

"Se alguém não tomou nenhuma, uma dose já vai proteger. Depois, quando voltar, é só tomar a segunda para ficar protegido pelo resto da vida", acrescenta a presidente da SBIm. Segundo Ballalai, a transmissão do sarampo se dá por via respiratória, e de 80% a 90% das pessoas não vacinadas que tiverem contato com o vírus irão adoecer.

Na Itália, o governo acredita que o surto deva-se justamente ao crescente número de famílias que recusam a vacinação, assim como acontece nos outros países europeus que tiveram um aumento na quantidade de casos: Áustria, Bélgica, Croácia, França, Alemanha, Polônia, Romênia, Espanha e Suécia.

Das 1,6 mil pessoas que pegaram sarampo na Itália em 2017, 88% não tinham tomado nenhuma dose da vacina. Além disso, 93% dos casos foram registrados em sete regiões: Abruzzo, Lazio, Lombardia, Piemonte, Sicília, Toscana e Vêneto. Não houve nenhuma morte neste ano.

O principal sintoma da doença são as lesões vermelhas que aparecem no corpo, geralmente começando pelo rosto e indo em direção aos pés. Também são comuns febre alta, tosse persistente, irritação ocular e excesso de secreção no ouvido.

Segundo Ballalai, antes da aparição do quadro característico, os sinais costumam ser similares aos de uma gripe, porém eles podem evoluir para complicações mais graves, como pneumonia. (ANSA)

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