Aliado de Marine Le Pen é acusado de 'negacionismo'
PARIS, 27 ABR (ANSA) - O presidente interino do partido ultranacionalista Frente Nacional (FN), o eurodeputado Jean-François Jalkh, está sendo acusado de "negacionismo", o que pode complicar a já delicada situação de Marine Le Pen na corrida pela Presidência da França.
Jalkh assumiu o comando da legenda após o afastamento temporário da candidata, que abdicou do cargo para se concentrar na campanha do segundo turno. A decisão também foi uma forma de ela tentar se descolar da imagem da FN, fortemente marcada pelas declarações xenófobas e antissemitas dadas por seu pai, Jean-Marie Le Pen, no passado.
Segundo a pesquisadora Magali Boumaza, o presidente interino da Frente Nacional teria dito a ela, em 2000, frases que colocavam em dúvida a existência das câmaras de gás dos campos de concentração nazistas. Essas declarações foram publicadas cinco anos mais tarde, pela revista "Le Temps des Savoirs", mas Jalkh alega não tê-las pronunciado.
"Sobre a utilização de um gás, por exemplo, o Zyklon B [pesticida encontrado em grandes quantidades em campos de concentração], eu considero que, do ponto de vista técnico, é impossível ele ter sido utilizado para extermínios em massa. Por quê? Porque leva vários dias para descontaminar um local onde foi usado Zyklon B", disse o presidente da FN, segundo Boumaza.
Além disso, ao comentar sobre Robert Faurisson, principal figura do negacionismo francês, Jalkh teria afirmado que ele nunca teve "intenção deliberada de fazer mal a alguém". "Encontrei o senhor Jalkh em abril de 2000, na sede da Frente Nacional. As observações em questão representam três minutos de uma conversa de três horas", declarou a pesquisadora ao jornal "Libération", de esquerda.
Ela garante ter uma gravação do bate-papo com o eurodeputado, que é pouco conhecido, mas uma figura histórica da FN. "Não vou minimizar a realidade da Frente Nacional, um partido xenófobo.
Colocaram na liderança do partido alguém que expressou posições extremamente graves", afirmou o rival de Le Pen na disputa pelo Palácio do Eliseu, o centrista Emmanuel Macron, durante um encontro com jovens.
Em 2015, Jean-Marie Le Pen, então presidente honorário da legenda ultranacionalista, disse que as câmaras de gás do nazismo tinham sido apenas um "detalhe da história", abrindo uma crise com Marine, sua filha, que acabou expulsando-o do partido.
Atualmente, a candidata está cerca de 20 pontos atrás de Macron nas pesquisas. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Jalkh assumiu o comando da legenda após o afastamento temporário da candidata, que abdicou do cargo para se concentrar na campanha do segundo turno. A decisão também foi uma forma de ela tentar se descolar da imagem da FN, fortemente marcada pelas declarações xenófobas e antissemitas dadas por seu pai, Jean-Marie Le Pen, no passado.
Segundo a pesquisadora Magali Boumaza, o presidente interino da Frente Nacional teria dito a ela, em 2000, frases que colocavam em dúvida a existência das câmaras de gás dos campos de concentração nazistas. Essas declarações foram publicadas cinco anos mais tarde, pela revista "Le Temps des Savoirs", mas Jalkh alega não tê-las pronunciado.
"Sobre a utilização de um gás, por exemplo, o Zyklon B [pesticida encontrado em grandes quantidades em campos de concentração], eu considero que, do ponto de vista técnico, é impossível ele ter sido utilizado para extermínios em massa. Por quê? Porque leva vários dias para descontaminar um local onde foi usado Zyklon B", disse o presidente da FN, segundo Boumaza.
Além disso, ao comentar sobre Robert Faurisson, principal figura do negacionismo francês, Jalkh teria afirmado que ele nunca teve "intenção deliberada de fazer mal a alguém". "Encontrei o senhor Jalkh em abril de 2000, na sede da Frente Nacional. As observações em questão representam três minutos de uma conversa de três horas", declarou a pesquisadora ao jornal "Libération", de esquerda.
Ela garante ter uma gravação do bate-papo com o eurodeputado, que é pouco conhecido, mas uma figura histórica da FN. "Não vou minimizar a realidade da Frente Nacional, um partido xenófobo.
Colocaram na liderança do partido alguém que expressou posições extremamente graves", afirmou o rival de Le Pen na disputa pelo Palácio do Eliseu, o centrista Emmanuel Macron, durante um encontro com jovens.
Em 2015, Jean-Marie Le Pen, então presidente honorário da legenda ultranacionalista, disse que as câmaras de gás do nazismo tinham sido apenas um "detalhe da história", abrindo uma crise com Marine, sua filha, que acabou expulsando-o do partido.
Atualmente, a candidata está cerca de 20 pontos atrás de Macron nas pesquisas. (ANSA)
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