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Especial/Daniele De Rossi, o tardio sucessor de Totti

26/05/2017 18h54

SÃO PAULO, 26 MAI (ANSA) - Por Lucas Rizzi - Daniele De Rossi, 33 anos, tinha apenas 18 quando estreou pelos profissionais da Roma, em 30 de outubro de 2001, em uma partida da Liga dos Campeões da Europa.   


Àquela altura, o time giallorosso era recém-campeão da Série A e Francesco Totti já era seu capitão e principal ídolo. Se no Brasil a braçadeira geralmente serve apenas para designar quem sorteia o cara ou coroa no início dos jogos, na Europa ela é levada muito a sério, tanto que muitos clubes têm até um vice-capitão, papel desempenhado há vários anos por De Rossi.   


Barbudo, cara de mau e veteraníssimo, o volante é outra instituição da Roma, mas só agora, com a saída de Totti e no ocaso de sua carreira, envergará de maneira permanente a faixa de capitão - desde que permaneça na equipe da capital.   


De Rossi tem contrato apenas até julho, e as negociações para a renovação já se arrastam há meses. Enquanto o clube oferece um ano, o jogador quer pelo menos dois. O impasse despertou o interesse de rivais, como a Inter de Milão, que, turbinada pelo dinheiro chinês, estaria pronta para tirar o volante da Roma.   


Ainda assim, a tendência é que De Rossi continue e herde a braçadeira de capitão em definitivo. "Acho que substituir Totti é um peso muito grande para qualquer um. De Rossi é um grandíssimo jogador, durante algum tempo foi um dos melhores do mundo na posição dele, é identificadíssimo com a cidade. Sempre foi um líder, e acredito que continuará sendo", afirma o zagueiro Juan, hoje no Flamengo, mas que jogou com o volante entre 2007 e 2012.   


Tal qual Totti, De Rossi é romano e romanista e nunca defendeu outras cores. Seu estilo aguerrido é simbolizado por uma tatuagem na panturrilha que mostra um jogador acertando a perna de outro com um carrinho. Mas qualidades técnicas nunca lhe faltaram, e ainda que seu futebol não seja mais o mesmo de alguns anos atrás, o volante é titular absoluto da equipe giallorossa.   


"A Roma vai perder uma grande referência que é o Totti, mas em termos de liderança, acho que o De Rossi vai manter esse lado gostoso [para a torcida] de ter um jogador que só vestiu a camisa da Roma", diz o ex-jogador Marcos Assunção, atleta romanista entre 1999 e 2002, quando De Rossi estava subindo das categorias de base.   


Para Juan, o volante italiano, até por ser de uma geração diferente, exerce uma liderança mais ativa que a de Totti.   


"Daniele consegue ser mais ligado aos jogadores, fora de campo também. Mas Francesco é um símbolo, carrega o nome do clube nas costas", afirma o zagueiro, que também não concorda com a demora na renovação do contrato de De Rossi.   


Se continuar na Roma, o volante será alçado ao posto de maior ídolo giallorosso ainda atuando pelo clube. A torcida já o ama e certamente não espera que ele seja Totti, mas sim que continue sendo De Rossi. (ANSA)
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