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Itália alerta UE sobre agravamento de crise migratória

28/06/2017 11h15

ROMA E BRUXELAS, 28 JUN (ANSA) - O representante italiano na União Europeia, o embaixador Maurizio Massari, apresentou nesta quarta-feira (28) ao comissário europeu para a Imigração, Dimitris Avramopoulos, um documento formal em que mostra o agravamento da crise migratória na Itália, informam fontes à ANSA.   

De acordo com as primeiras informações, Massari evidenciou que a situação dos desembarques nos portos italianos está "no limite da capacidade de gestão" e é extremamente grave, causando impactos na vida social e política do país. Por conta dessa situação, poderá ser difícil para o governo italiano permitir novos desembarques.   

Segundo informações ainda extraoficiais, a Itália recebeu mais de 12 mil deslocados em apenas 48 horas, que chegaram através de 22 navios de órgãos italianos e de ONGs internacionais.   

O pedido de Massari, conforme as fontes, é de que a Itália continuará a salvar vidas no mar, mas que não é mais sustentável que "todo o peso do acolhimento" recaia apenas sobre o país.   

Para os italianos, o salvamento e o acolhimento não podem ser separados e a contribuição europeia não pode ser limitada apenas às operações de resgate.   

Por conta do alto fluxo de imigrantes, o governo estaria avaliando a possibilidade de proibir que navios que não tenham bandeira italiana atraquem nos portos para o desembarque dos milhares de estrangeiros.   

Caso isso ocorra, as ONGs que atuam no Mar Mediterrâneo bem com os navios que participam de duas operações europeias - Frontex e Eunavfor Med - seriam impedidos de parar na nação.   

Conforme dados do Ministério do Interior da Itália, entre janeiro e 28 de junho, 78.873 imigrantes desembarcaram no país, uma alta de 13,43% na comparação com o mesmo período do ano passado.   

Apesar do fluxo de imigrantes para a Europa ter apresentado uma drástica redução desde o acordo firmado entre a União Europeia e a Turquia, a Itália mantém os níveis de imigração ilegal em níveis altos.   

Isso ocorre porque o país recebe a maior parte das pessoas que fogem do norte da África, que partem dos portos da Líbia, e que continuam a registrar um alto fluxo de pessoas. O governo até assinou acordos com alguns países daquela região, mas eles não surtiram o efeito esperado.   

Para se ter uma ideia do problema, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM), entre janeiro e 18 de junho deste ano, a Itália recebeu 69.382 imigrantes. Já a Grécia, que recebe a maioria dos imigrantes sírios, iraquianos e afegãos, registrou "apenas" 8.323 chegadas ao país no mesmo período. (ANSA)
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