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Relógio de luxo dado por Berlusconi pode complicar Netanyahu

22/02/2018 10h40

TEL AVIV, 22 FEV (ANSA) - Um ex-assessor do primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse à polícia que foi "demitido" de seu cargo por causa de um episódio envolvendo um relógio de luxo presenteado pelo ex-premier da Itália Silvio Berlusconi.   

De acordo com a imprensa local, o caso teria ocorrido "vários anos atrás", durante uma visita oficial do israelense a Roma. Na ocasião, Berlusconi deu à família Netanyahu um relógio da grife Bulgari avaliado em cerca de 1,5 mil euros.   

Shlomo Filber, então chefe de gabinete do primeiro-ministro, contou à polícia que dissera que o presente devia ser registrado no arquivo de Estado, como manda a lei. "Naquela mesma noite, fui convocado no quarto dos Netanyahu, onde Sarah, a esposa, gritou, pedindo-me para devolver o relógio", disse o ex-assessor.   

Ele também relatou que o premier permanecera em silêncio. "Duas semanas depois, fui chamado por Netanyahu, que me demitiu.   

Afirmou que queria alguém mais profissional do que eu", acrescentou Filber, que disse ter se tornado "persona non grata" na família.   

"É isso o que significa trabalhar para os Netanyahu", afirmou.   

Ainda assim, ele permaneceu próximo ao primeiro-ministro, que mais tarde o nomearia diretor-geral do Ministério das Comunicações. Em resposta à acusação, Netanyahu divulgou no Twitter o trecho de uma reportagem da época que diz que ele mesmo, voluntariamente, havia recusado o relógio, afirmando que não poderia aceitá-lo.   

Berlusconi teria então respondido: "Esse é o problema de vocês em Israel". A acusação chega em meio a uma série de denúncias de corrupção contra o premier israelense, que teria recebido presentes e reportagens favoráveis em troca de benefícios no governo. Uma das peças-chave do caso é o próprio Filber, detido na última terça-feira (20). (ANSA)
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