França acha 'testamento' jihadista na casa de terrorista
ROMA, 24 MAR (ANSA) - Os investigadores franceses encontraram o testamento de Radouane Lakdim, autor do duplo atentado da última sexta-feira (23), que deixou quatro mortos no sul do país.
Segundo a emissora "LCI", o manuscrito faz referência ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
O documento foi achado durante uma operação de busca e apreensão na casa do franco-marroquino de 25 anos, situada em um bairro popular de Carcassonne, cidade onde começara a ação terrorista.
No entanto, de acordo com o jornal "Le Parisien", o texto é "confuso" e ainda está sendo analisado.
Além disso, a namorada e um menor de idade amigo de Lakdim foram detidos por suspeita de associação terrorista. "A luta contra o Isis [como também é chamado o EI] continuará sem fraquejar, com força e determinação", garantiu a ministra da Defesa da França, Florence Parly.
Na manhã da última sexta, Lakdim roubou um carro em Carcassonne, que tem cerca de 46 mil habitantes, feriu o motorista e matou seu passageiro. Em seguida, disparou contra quatro agentes na rua e feriu um deles no ombro. Por volta de 11h15, o terrorista invadiu um supermercado em Trèbes, a 15 quilômetros de Carcassonne, onde manteve reféns durante várias horas. Dois deles foram assassinados no local.
Enquanto se barricava na loja, Lakdim declarou ser membro do Estado Islâmico, o que abriu caminho para a reivindicação oficial do grupo terrorista, por meio de sua agência de propaganda, a "Amaq". O franco-marroquino foi morto pelas forças de segurança.
Ele era ativo em ambientes jihadistas na internet e havia sido condenado por crimes comuns. Também existe a suspeita de que tenha viajado à Síria, que recentemente conseguiu retomar os territórios controlados pelo EI, provocando a fuga de estrangeiros que haviam se juntado ao grupo terrorista.
Policial herói - O gendarme Arnaud Beltrame, que havia ficado gravemente ferido após trocar de lugar com uma refém de Lakdim, não resistiu e faleceu em um hospital. Ele é a quarta vitima dos ataques em Carcassonne e Trèbes.
"O tenente-coronel Arnaud Beltrame nos deixou. Morreu pela pátria. A França nunca esquecerá seu heroísmo, sua bravura, seu sacrifício", escreveu no Twitter o ministro do Interior Gérard Collomb.
Beltrame tinha 45 anos e, segundo o presidente Emmanuel Macron, "caiu como um herói". Em um comunicado, o chefe de Estado diz que o policial merece a "admiração e o respeito de toda a nação". "Sempre foi assim, ele sempre fez tudo pela pátria, desde que nasceu. Era sua razão de viver", contou, em entrevista à rádio "RTL", a mãe do tenente-coronel.
Histórico - Desde que Macron assumiu o poder, a França já vivenciou alguns episódios de terrorismo, sendo que o mais grave havia sido a morte por esfaqueamento de duas jovens na principal estação de trens de Marselha. O EI também reivindicou o ato.
Nos últimos anos, no entanto, o país foi o mais golpeado pelo terrorismo islâmico na União Europeia. A partir de janeiro de 2015, com o massacre na redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", que deixou 12 mortos, os franceses conviveram com uma série de atentados, como os do dia 13 de novembro daquele mesmo ano, com 130 vítimas, e o atropelamento em Nice, em 14 de julho de 2016, com 86.
A Igreja Católica também foi alvo do EI na França, com o degolamento de um padre em pleno altar em Saint-Étienne-du-Rouvray, duas semanas após o ataque em Nice.
(ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Segundo a emissora "LCI", o manuscrito faz referência ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI).
O documento foi achado durante uma operação de busca e apreensão na casa do franco-marroquino de 25 anos, situada em um bairro popular de Carcassonne, cidade onde começara a ação terrorista.
No entanto, de acordo com o jornal "Le Parisien", o texto é "confuso" e ainda está sendo analisado.
Além disso, a namorada e um menor de idade amigo de Lakdim foram detidos por suspeita de associação terrorista. "A luta contra o Isis [como também é chamado o EI] continuará sem fraquejar, com força e determinação", garantiu a ministra da Defesa da França, Florence Parly.
Na manhã da última sexta, Lakdim roubou um carro em Carcassonne, que tem cerca de 46 mil habitantes, feriu o motorista e matou seu passageiro. Em seguida, disparou contra quatro agentes na rua e feriu um deles no ombro. Por volta de 11h15, o terrorista invadiu um supermercado em Trèbes, a 15 quilômetros de Carcassonne, onde manteve reféns durante várias horas. Dois deles foram assassinados no local.
Enquanto se barricava na loja, Lakdim declarou ser membro do Estado Islâmico, o que abriu caminho para a reivindicação oficial do grupo terrorista, por meio de sua agência de propaganda, a "Amaq". O franco-marroquino foi morto pelas forças de segurança.
Ele era ativo em ambientes jihadistas na internet e havia sido condenado por crimes comuns. Também existe a suspeita de que tenha viajado à Síria, que recentemente conseguiu retomar os territórios controlados pelo EI, provocando a fuga de estrangeiros que haviam se juntado ao grupo terrorista.
Policial herói - O gendarme Arnaud Beltrame, que havia ficado gravemente ferido após trocar de lugar com uma refém de Lakdim, não resistiu e faleceu em um hospital. Ele é a quarta vitima dos ataques em Carcassonne e Trèbes.
"O tenente-coronel Arnaud Beltrame nos deixou. Morreu pela pátria. A França nunca esquecerá seu heroísmo, sua bravura, seu sacrifício", escreveu no Twitter o ministro do Interior Gérard Collomb.
Beltrame tinha 45 anos e, segundo o presidente Emmanuel Macron, "caiu como um herói". Em um comunicado, o chefe de Estado diz que o policial merece a "admiração e o respeito de toda a nação". "Sempre foi assim, ele sempre fez tudo pela pátria, desde que nasceu. Era sua razão de viver", contou, em entrevista à rádio "RTL", a mãe do tenente-coronel.
Histórico - Desde que Macron assumiu o poder, a França já vivenciou alguns episódios de terrorismo, sendo que o mais grave havia sido a morte por esfaqueamento de duas jovens na principal estação de trens de Marselha. O EI também reivindicou o ato.
Nos últimos anos, no entanto, o país foi o mais golpeado pelo terrorismo islâmico na União Europeia. A partir de janeiro de 2015, com o massacre na redação do jornal satírico "Charlie Hebdo", que deixou 12 mortos, os franceses conviveram com uma série de atentados, como os do dia 13 de novembro daquele mesmo ano, com 130 vítimas, e o atropelamento em Nice, em 14 de julho de 2016, com 86.
A Igreja Católica também foi alvo do EI na França, com o degolamento de um padre em pleno altar em Saint-Étienne-du-Rouvray, duas semanas após o ataque em Nice.
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