Decisão da UE terá 'consequências', ameaça Itália
BRUXELAS E ROMA, 24 AGO (ANSA) - Os negociadores dos Estados-membros da União Europeia não conseguiram chegar a um acordo sobre o destino dos 150 migrantes a bordo do navio Diciotti, que está ancorado há quatro dias no Porto de Catânia, no sul da Itália.
Segundo fontes diplomáticas, o pedido de Roma para distribuir os deslocados internacionais pelo bloco não foi aceito por outros países, durante uma reunião em Bruxelas, nesta sexta-feira (24).
Um dos argumentos usados pelos parceiros europeus é que o fluxo de migrantes per capita na Itália está muito abaixo em relação a outros Estados-membros, o que os eximiria de assumir responsabilidade.
De fato, segundo o último relatório da agência da ONU para Refugiados (Acnur), a Itália é apenas o 11º país da UE que mais acolhe deslocados internacionais em termos proporcionais, com 353.983, o que equivale a 0,58% de sua população. Na sua frente aparecem Suécia, com 292.608 (2,92% de seu total de habitantes); Malta, com 9.378 (2,03%); Áustria, com 171.567 (1,95%); Chipre, com 15.063 (1,69%); Alemanha, com 1.399.669 (1,69%); Grécia, com 83.220 (0,77%); Dinamarca, com 39.937 (0,69%); Holanda, com 109.678 (0,64%), Luxemburgo, com 3.541 (0,59%); e França, com 400.304 (0,59%).
Os negociadores também não conseguiram chegar a um acordo para divulgar uma declaração conjunta que defendia uma abordagem "mais colaborativa e sustentável" no bloco. Um dos países que bloquearam o pedido da Itália é a Hungria, governada pelo ultranacionalista Viktor Orbán, que é tido como aliado pelo novo governo italiano e deve visitar Milão na semana que vem.
"A reunião em Bruxelas terminou sem resultado. É a enésima demonstração que a Europa não existe", disse uma fonte do Ministério do Interior da Itália, chefiado pelo secretário da Liga, Matteo Salvini. A pasta ainda indica que não mudará sua postura em relação ao navio Diciotti, que pertence à Guarda Costeira do país.
Salvini disse que só autorizaria o desembarque dos 150 migrantes a bordo quando houvesse acordo na UE para redistribuí-los.
Alguns deles iniciaram até uma greve de fome para tentar pressionar as autoridades de Roma a liberá-los.
Dos 150 deslocados internacionais no navio Diciotti, 130 são da Eritreia, país do Chifre da África que enfrenta o regime opressivo de Isaias Afewerki há 25 anos.
Reação - Com uma mensagem no Facebook, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou que a decisão da UE terá "consequências". "A Itália é obrigada a tomar nota de que a Europa hoje perdeu uma boa ocasião: em matéria de imigração, não conseguiu seguir na direção dos princípios de solidariedade e responsabilidade que são constantemente declamados como valores fundamentais europeus", disse.
"Isso significa que a Itália vai tirar as consequências e, daqui para frente, tentará eliminar a discrepância [entre palavras e fatos] buscando um quadro coerente e determinado de ação para todas as questões que for chamada a enfrentar na Europa", acrescentou. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Segundo fontes diplomáticas, o pedido de Roma para distribuir os deslocados internacionais pelo bloco não foi aceito por outros países, durante uma reunião em Bruxelas, nesta sexta-feira (24).
Um dos argumentos usados pelos parceiros europeus é que o fluxo de migrantes per capita na Itália está muito abaixo em relação a outros Estados-membros, o que os eximiria de assumir responsabilidade.
De fato, segundo o último relatório da agência da ONU para Refugiados (Acnur), a Itália é apenas o 11º país da UE que mais acolhe deslocados internacionais em termos proporcionais, com 353.983, o que equivale a 0,58% de sua população. Na sua frente aparecem Suécia, com 292.608 (2,92% de seu total de habitantes); Malta, com 9.378 (2,03%); Áustria, com 171.567 (1,95%); Chipre, com 15.063 (1,69%); Alemanha, com 1.399.669 (1,69%); Grécia, com 83.220 (0,77%); Dinamarca, com 39.937 (0,69%); Holanda, com 109.678 (0,64%), Luxemburgo, com 3.541 (0,59%); e França, com 400.304 (0,59%).
Os negociadores também não conseguiram chegar a um acordo para divulgar uma declaração conjunta que defendia uma abordagem "mais colaborativa e sustentável" no bloco. Um dos países que bloquearam o pedido da Itália é a Hungria, governada pelo ultranacionalista Viktor Orbán, que é tido como aliado pelo novo governo italiano e deve visitar Milão na semana que vem.
"A reunião em Bruxelas terminou sem resultado. É a enésima demonstração que a Europa não existe", disse uma fonte do Ministério do Interior da Itália, chefiado pelo secretário da Liga, Matteo Salvini. A pasta ainda indica que não mudará sua postura em relação ao navio Diciotti, que pertence à Guarda Costeira do país.
Salvini disse que só autorizaria o desembarque dos 150 migrantes a bordo quando houvesse acordo na UE para redistribuí-los.
Alguns deles iniciaram até uma greve de fome para tentar pressionar as autoridades de Roma a liberá-los.
Dos 150 deslocados internacionais no navio Diciotti, 130 são da Eritreia, país do Chifre da África que enfrenta o regime opressivo de Isaias Afewerki há 25 anos.
Reação - Com uma mensagem no Facebook, o primeiro-ministro da Itália, Giuseppe Conte, afirmou que a decisão da UE terá "consequências". "A Itália é obrigada a tomar nota de que a Europa hoje perdeu uma boa ocasião: em matéria de imigração, não conseguiu seguir na direção dos princípios de solidariedade e responsabilidade que são constantemente declamados como valores fundamentais europeus", disse.
"Isso significa que a Itália vai tirar as consequências e, daqui para frente, tentará eliminar a discrepância [entre palavras e fatos] buscando um quadro coerente e determinado de ação para todas as questões que for chamada a enfrentar na Europa", acrescentou. (ANSA)
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