Procurador da Pensilvânia acusa Vaticano de ocultar abusos
NOVA YORK E ROMA, 28 AGO (ANSA) - O procurador-geral da Pensilvânia, John Shapiro, afirmou nesta terça-feira (28) ter evidências de que o Vaticano sabia do acobertamento de denúncias de abuso sexual contra cerca de 300 padres do estado norte-americano.
"Temos provas de que o Vaticano conhecia e acobertava os abusos.
Não posso falar especificamente do papa Francisco", explicou ele em entrevista à NBC.
Shapiro referiu-se aos documentos da Igreja Católica analisados pelo grande júri dos Estados Unidos que revelaram os abusos de mais de mil crianças em seis das oito dioceses da Pensilvânia, desde 1940. "Não era apenas abusos sexuais, estupros de crianças, havia um acobertamento sistemático que chegava até o Vaticano", acrescentou o procurador-geral. As declarações de Shapiro também são uma resposta à denúncia do arcebispo italiano Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico em Washington, na qual acusa o papa Francisco de acobertar os abusos cometidos pelo cardeal norte-americano Theodore McCarrick No último dia 14 de agosto, a Suprema Corte da Pensilvânia revelou um relatório que lista mais de 300 religiosos envolvidos em um escândalo de abuso sexual na Igreja Católica no estado, além de detalhar 70 anos de respostas negligentes para encobrir os crimes.
"Há exemplos específicos de onde o abusos aconteciam, onde os padres iam, onde os bispos iam e mentiam aos paroquianos, mentiam às autoridades, mentiam ao público, mas depois documentavam tudo em arquivos secretos que compartilhavam várias vezes com o Vaticano", explicou Shapiro ao "Today Show", da NBC.
De acordo com o procurador norte-americano, mesmo com a descoberta, muitos religiosos não podem ser processados por causa do tempo entre os abusos e a investigação. No entanto, "nós devolvemos às vítimas suas vozes, permitimos que elas tivessem suas verdades compartilhadas, e sabemos que, ao compartilharem suas verdades, outras vítimas vão aparecer e compartilhar suas verdades".
Desde a publicação do relatório, em meados de agosto, até hoje, mais de 700 chamadas para uma linha especial foram recebidas para relatar casos de abusos.
"Se pudermos agir em um desses casos, contra qualquer 'cura predatória' ou qualquer outra que tenha sido encoberta, nós o faremos", declarou Shapiro.
"É horrível pensar o que esses homens de Deus fizeram com essas crianças e depois tiveram que encobri-las intencionalmente para proteger esses padres da justiça", concluiu. A polêmica ocorre em um momento em que a Igreja Católica está enfrentando escândalos de abuso sexual em diversos países e o papa Francisco pede desculpas públicas pelos casos de pedofilia.
(ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
"Temos provas de que o Vaticano conhecia e acobertava os abusos.
Não posso falar especificamente do papa Francisco", explicou ele em entrevista à NBC.
Shapiro referiu-se aos documentos da Igreja Católica analisados pelo grande júri dos Estados Unidos que revelaram os abusos de mais de mil crianças em seis das oito dioceses da Pensilvânia, desde 1940. "Não era apenas abusos sexuais, estupros de crianças, havia um acobertamento sistemático que chegava até o Vaticano", acrescentou o procurador-geral. As declarações de Shapiro também são uma resposta à denúncia do arcebispo italiano Carlo Maria Viganò, ex-núncio apostólico em Washington, na qual acusa o papa Francisco de acobertar os abusos cometidos pelo cardeal norte-americano Theodore McCarrick No último dia 14 de agosto, a Suprema Corte da Pensilvânia revelou um relatório que lista mais de 300 religiosos envolvidos em um escândalo de abuso sexual na Igreja Católica no estado, além de detalhar 70 anos de respostas negligentes para encobrir os crimes.
"Há exemplos específicos de onde o abusos aconteciam, onde os padres iam, onde os bispos iam e mentiam aos paroquianos, mentiam às autoridades, mentiam ao público, mas depois documentavam tudo em arquivos secretos que compartilhavam várias vezes com o Vaticano", explicou Shapiro ao "Today Show", da NBC.
De acordo com o procurador norte-americano, mesmo com a descoberta, muitos religiosos não podem ser processados por causa do tempo entre os abusos e a investigação. No entanto, "nós devolvemos às vítimas suas vozes, permitimos que elas tivessem suas verdades compartilhadas, e sabemos que, ao compartilharem suas verdades, outras vítimas vão aparecer e compartilhar suas verdades".
Desde a publicação do relatório, em meados de agosto, até hoje, mais de 700 chamadas para uma linha especial foram recebidas para relatar casos de abusos.
"Se pudermos agir em um desses casos, contra qualquer 'cura predatória' ou qualquer outra que tenha sido encoberta, nós o faremos", declarou Shapiro.
"É horrível pensar o que esses homens de Deus fizeram com essas crianças e depois tiveram que encobri-las intencionalmente para proteger esses padres da justiça", concluiu. A polêmica ocorre em um momento em que a Igreja Católica está enfrentando escândalos de abuso sexual em diversos países e o papa Francisco pede desculpas públicas pelos casos de pedofilia.
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