Erdogan pede a Alemanha extradição de 69 'terroristas'
BERLIM, 28 SET (ANSA) - Começou oficialmente nesta sexta-feira (28) a visita de Estado de três dias do presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, à Alemanha. Após reunirem-se, o líder turco e a primeira-ministra alemã, Angela Merkel, concederam entrevista coletiva, marcada por divergências e cobranças mútuas sobre a guerra civil na Síria e a turbulência política vivida por Ancara.
Segundo o jornal alemão "Bild", Erdogan entregou a Merkel uma lista com 69 nomes de pessoas acusadas de terrorismo na Turquia que estão atualmente na Alemanha. Ele pede a extradição dos suspeitos. Entre os nomes está o jornalista Can Dündar, que está exilado na Alemanha há dois anos e é condenado por espionagem na Turquia por revelar segredos de Estado. Ele foi credenciado para a entrevista coletiva, motivo pelo qual Erdogan ameaçou cancelar o evento. Em 2016, o profissional publicou uma reportagem para o jornal oposicionista "Cumhuryiet" em que mostrou fotografias que sugeriam que a agência de inteligência turca estaria envolvida no envio de armas a rebeldes sírios na guerra civil do país. "Erdogan teria cancelado a entrevista coletiva usando a mim como desculpa e teria evitado responder a questões caso eu comparecesse", disse Dündar em vídeo postado em seu perfil no Twitter, justificando a decisão de não participar da entrevista.
Angela Merkel disse que não era segredo que Turquia a Alemanha têm divergências neste caso e reforçou que não pressionou Dündar a não participar da entrevista coletiva. "Ele chegou à própria conclusão de não participar", disse Merkel. Outro jornalista turco, Ertgrul Yigit, foi retirado do evento por vestir uma camiseta com a inscrição "Gazetecilere Özgürlük", que significa "liberdade para os jornalistas", em turco.
"Nós condenamos a tentativa de golpe de Estado [ocorrida em 2016] de modo muito claro. Estive pessoalmente na Turquia e vi os danos ao Parlamento. Soube que morreram 200 pessoas e isso não é de modo algum aceitável", disse Angela Merkel, tentando amenizar o tom das cobranças feitas pelo presidente turco e referindo-se aos confrontos que tentaram tirar Erdogan do poder, em 2016. "Há milhares de membros do PPK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão, organização considerada terrorista por Ancara] na Alemanha, e também centenas de seguidores do movimento Gulen [grupo acusado de comandar uma tentativa de golpe]", disse Erdogan, que pede colaboração do país vizinho na identificação e prisão de supostos terroristas. Em resposta, Merkel, afirmou que o PPK é considerado ilegal na Alemanha e questionou a prisão 35 cidadãos alemães na Turquia nos últimos dois anos, sendo que cinco ainda estão detidos. No encontro, a chefe de Estado alemã também afirmou que espera se reunir com líderes de Turquia Rússia e França para discutir crise na Síria. Erdogan cobrou cooperação para a entrada do país na União Europeia, pedindo a isenção de visto para cidadãos turcos ingressarem no continente. A visita de Erdogan rendeu protestos de grupos curdos, de esquerda e da oposição turca nas ruas de Berlim, cidade em que vivem milhares de pessoas com origem turca. Neste o sábado (29), Erdogan inaugurará uma mesquita em Colônia. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
Segundo o jornal alemão "Bild", Erdogan entregou a Merkel uma lista com 69 nomes de pessoas acusadas de terrorismo na Turquia que estão atualmente na Alemanha. Ele pede a extradição dos suspeitos. Entre os nomes está o jornalista Can Dündar, que está exilado na Alemanha há dois anos e é condenado por espionagem na Turquia por revelar segredos de Estado. Ele foi credenciado para a entrevista coletiva, motivo pelo qual Erdogan ameaçou cancelar o evento. Em 2016, o profissional publicou uma reportagem para o jornal oposicionista "Cumhuryiet" em que mostrou fotografias que sugeriam que a agência de inteligência turca estaria envolvida no envio de armas a rebeldes sírios na guerra civil do país. "Erdogan teria cancelado a entrevista coletiva usando a mim como desculpa e teria evitado responder a questões caso eu comparecesse", disse Dündar em vídeo postado em seu perfil no Twitter, justificando a decisão de não participar da entrevista.
Angela Merkel disse que não era segredo que Turquia a Alemanha têm divergências neste caso e reforçou que não pressionou Dündar a não participar da entrevista coletiva. "Ele chegou à própria conclusão de não participar", disse Merkel. Outro jornalista turco, Ertgrul Yigit, foi retirado do evento por vestir uma camiseta com a inscrição "Gazetecilere Özgürlük", que significa "liberdade para os jornalistas", em turco.
"Nós condenamos a tentativa de golpe de Estado [ocorrida em 2016] de modo muito claro. Estive pessoalmente na Turquia e vi os danos ao Parlamento. Soube que morreram 200 pessoas e isso não é de modo algum aceitável", disse Angela Merkel, tentando amenizar o tom das cobranças feitas pelo presidente turco e referindo-se aos confrontos que tentaram tirar Erdogan do poder, em 2016. "Há milhares de membros do PPK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão, organização considerada terrorista por Ancara] na Alemanha, e também centenas de seguidores do movimento Gulen [grupo acusado de comandar uma tentativa de golpe]", disse Erdogan, que pede colaboração do país vizinho na identificação e prisão de supostos terroristas. Em resposta, Merkel, afirmou que o PPK é considerado ilegal na Alemanha e questionou a prisão 35 cidadãos alemães na Turquia nos últimos dois anos, sendo que cinco ainda estão detidos. No encontro, a chefe de Estado alemã também afirmou que espera se reunir com líderes de Turquia Rússia e França para discutir crise na Síria. Erdogan cobrou cooperação para a entrada do país na União Europeia, pedindo a isenção de visto para cidadãos turcos ingressarem no continente. A visita de Erdogan rendeu protestos de grupos curdos, de esquerda e da oposição turca nas ruas de Berlim, cidade em que vivem milhares de pessoas com origem turca. Neste o sábado (29), Erdogan inaugurará uma mesquita em Colônia. (ANSA)
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