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Emirados Árabes perdoam britânico acusado de espionagem

26/11/2018 16h21

ABU DHABI, 26 NOV (ANSA) - Os Emirados Árabes Unidos anunciaram neste domingo (25) o perdão da pena de prisão perpétua aplicada ao acadêmico britânico Matthew Hedges, acusado de espionagem no país.   

"Uma graciosa medida de clemência foi concedida neste domingo (25) em resposta a uma carta da família Hedges levando em consideração o relacionamento histórico entre os Emirados Árabes Unidos e o Reino Unido".   

A libertação é vista como resultado de uma intensa pressão do ministro das Relações Exteriores britânico, Jeremy Hunt, e de apelos internacionais que fizeram o país árabe se esforçar para obter provas de que ele seria um espião. Hunt classificou decisão como "fantástica notícia".   

Além do britânico, outros 800 condenados receberam perdão do presidente Khalifa bin Zayed al Nahyan no último domingo (25), por conta do Dia Nacional, principal feriado do país, quando criminosos são tradicionalmente perdoados.   

Hedges foi preso por, supostamente, buscar informações sobre o exército dos Emirados Árabes e sobre o papel político do país no Iêmen. Estas seriam grandes ameaças "à segurança de qualquer país", segundo autoridades, e as informações obtidas iriam "muito além dos padrões da pratica acadêmica". Segundo a investigação, ele agia utilizando as identidades de um pesquisador de doutorado e de um executivo para conseguir informações de seus "alvos". Em uma entrevista coletiva, autoridades do país mantiveram a versão de que Hedges seria um agente do MI6, o serviço secreto britânico. Para os árabes, Hedges estaria tentando descobrir segredos militares do país, incluindo planos de compra de armamento. Durante o anúncio do perdão, as autoridades mostraram vídeos que não puderam ser contextualizados, em que Hedges confessaria os crimes.   

O britânico sempre negou as acusações, dizendo que estava apenas fazendo pesquisa para sua tese de doutorado. A mulher dele, Daniela Tejada, que pediu o gesto de clemência, recebeu a notícia com entusiasmo. "Não vejo a hora de revê-lo em casa.   

Nosso pesadelo de seis meses finalmente acabou", disse. (ANSA)
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