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Ucrânia veta entrada de russos em idade de combate no país

30/11/2018 15h26

KIEV, 230 NOV (ANSA) - O governo da Ucrânia anunciou nesta sexta-feira (30) a proibição do ingresso de homens russos com idade entre 16 e 60 anos no país pela fronteira com a nação vizinha, além de ter realizado testes militares.   

Exceções ao bloqueio serão aplicadas em casos humanitários, como russos que tenham de comparecer ao funeral de um familiar. A proibição, segundo o presidente do país, Petro Poroshenko, visa a prevenir a formação de "exércitos privados " na Ucrânia, uma referência a separatistas russos que formaram unidades para lutar contra o governo durante a anexação da Crimeia, em 2014.   

Nesta sexta-feira (30), militares ucranianos executaram exercícios de combate no Mar de Azov usando baterias antiaéreas e aviões de guerra. Petro Poroshenko alertou na última terça-feira (27) para a ameaça de uma guerra em "larga escala" e destacou que a quantidade de tanques russos posicionados próximos à fronteira cresceu em três vezes desde os incidentes do último domingo (25), quando autoridades russas apreenderam três navios e prenderam 24 militares ucranianos, acusados de invadirem suas águas territoriais.   

O caso abriu uma nova crise entre os dois países e fez Poroshenko decretar lei marcial - quando a autoridade militar substitui a civil - por 30 dias.   

A Rússia, por enquanto, não pretende adotar medidas em resposta, mas fez um alerta ao país vizinho."Às forças de ordem ucranianas foram concedidos poderes extraordinários, inclusive o uso da força sem autorização da Justiça e do primeiro-ministro, e isso impõe sérios riscos", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, Maria Zakharova. "A Ucrânia poderia entrar em colapso em uma guerra civil", acrescentou.   

A União Europeia saiu em defesa da Ucrânia nesta sexta-feira (30). "A Europa está unida para sustentar a soberania e a integridade territorial da Ucrânia. Este é o motivo pelo qual estou certo de que o continente renovará as sanções à Rússia em dezembro", escreveu o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, que já liberou US$ 500 milhões em assistência financeira a a Kiev.   

A Casa Branca, depois de ter cancelado a reunião do presidente Donald Trump com Vladimir Putin, prevista para ocorrer durante a Cúpula do G20, em Buenos Aires, descartou até mesmo encontros informais entre os dois líderes. (ANSA)
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