Navio com 47 migrantes entra em águas italianas
ROMA, 25 JAN (ANSA) - O navio da ONG alemã Sea Watch, que resgatou 47 migrantes no Mediterrâneo Central há seis dias, entrou na manhã desta sexta-feira (25) em águas territoriais italianas e ancorou a uma milha da costa de Siracusa, na Sicília.
A permissão foi dada pela Guarda Costeira do país, devido às más condições meteorológicas em alto mar, que ameaçavam a segurança da embarcação. O navio é escoltado por barcos de patrulha da própria Guarda Costeira e da Guarda de Finanças.
A Sea Watch realizou o resgate no último dia 19 de janeiro, em uma área de competência da Líbia e sem coordenação com as autoridades do país africano, segundo a Itália. Concluído o socorro, o navio começou a navegar rumo ao norte e inicialmente buscou proteção na pequena ilha de Lampedusa.
Em seguida, se encaminhou para a parte oriental da Sicília, onde se encontra atualmente. As ONGs que atuam no Mediterrâneo fazem ações em águas líbias por julgar que o país não oferece condições de segurança nem respeita os direitos humanos de migrantes.
A Itália não deu autorização para o desembarque dos deslocados internacionais, embora a Prefeitura de Nápoles tenha enviado uma mensagem ao comandante da embarcação abrindo seu porto. A permissão, contudo, depende do governo nacional.
"Não tenho nenhum desejo de sequestrar os 47 migrantes da Sea Watch. Não vejo a hora de fazê-los chegar, sãos e salvos, em outros países europeus. Nenhum espaço na Itália", declarou o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, que é alvo de um inquérito por sequestro de pessoas, abuso de poder e prisão ilegal ao impedir durante cinco dias o desembarque de 150 migrantes que estavam em um navio da Guarda Costeira, em agosto.
Ele anunciou também ter enviado uma carta ao governo da Holanda cobrando que o país se encarregue dos deslocados internacionais da Sea Watch - o navio da ONG tem bandeira holandesa. A ideia ganhou eco com o ministro do Trabalho e também vice-premier Luigi Di Maio, que sugeriu até convocar o embaixador holandês em Roma.
"O navio da ONG Sea Watch terá do governo italiano suporte médico e sanitário se precisar, mas o convido a apontar a proa para Marselha [na França]. Esse navio tem bandeira holandesa e está a poucos quilômetros da costa italiana, por isso acho oportuno convocar imediatamente o embaixador holandês e perguntar sobre as intenções de seu governo", disse.
Normas internacionais determinam que pessoas resgatadas no mar sejam levadas para o "porto seguro" mais próximo, independentemente de sua localização.
Apesar de a Itália ter sido durante muitos anos a principal porta de entrada para migrantes na União Europeia, o país acolhe proporcionalmente menos refugiados e solicitantes de refúgio que a Holanda: 353,9 mil, ou 0,58% de sua população, contra 109,7 mil (0,64%) da nação do norte da Europa.
Os dados são do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), referentes ao fim de 2017. Isso se dá porque a maioria das pessoas que entram na Itália pelo Mediterrâneo segue viagem rumo à parte setentrional da UE, mais rica e com comunidades estrangeiras mais estabelecidas.
O navio da Sea Watch já havia se envolvido em polêmica nos primeiros dias do ano, após ter ficado mais de duas semanas bloqueado em Malta com 32 migrantes a bordo. O desembarque só foi autorizado quando oito países europeus, inclusive a Itália, se comprometeram em "repartir" os deslocados. (ANSA)Veja mais notícias, fotos e vídeos em www.ansabrasil.com.br.
A permissão foi dada pela Guarda Costeira do país, devido às más condições meteorológicas em alto mar, que ameaçavam a segurança da embarcação. O navio é escoltado por barcos de patrulha da própria Guarda Costeira e da Guarda de Finanças.
A Sea Watch realizou o resgate no último dia 19 de janeiro, em uma área de competência da Líbia e sem coordenação com as autoridades do país africano, segundo a Itália. Concluído o socorro, o navio começou a navegar rumo ao norte e inicialmente buscou proteção na pequena ilha de Lampedusa.
Em seguida, se encaminhou para a parte oriental da Sicília, onde se encontra atualmente. As ONGs que atuam no Mediterrâneo fazem ações em águas líbias por julgar que o país não oferece condições de segurança nem respeita os direitos humanos de migrantes.
A Itália não deu autorização para o desembarque dos deslocados internacionais, embora a Prefeitura de Nápoles tenha enviado uma mensagem ao comandante da embarcação abrindo seu porto. A permissão, contudo, depende do governo nacional.
"Não tenho nenhum desejo de sequestrar os 47 migrantes da Sea Watch. Não vejo a hora de fazê-los chegar, sãos e salvos, em outros países europeus. Nenhum espaço na Itália", declarou o ministro do Interior e vice-premier Matteo Salvini, que é alvo de um inquérito por sequestro de pessoas, abuso de poder e prisão ilegal ao impedir durante cinco dias o desembarque de 150 migrantes que estavam em um navio da Guarda Costeira, em agosto.
Ele anunciou também ter enviado uma carta ao governo da Holanda cobrando que o país se encarregue dos deslocados internacionais da Sea Watch - o navio da ONG tem bandeira holandesa. A ideia ganhou eco com o ministro do Trabalho e também vice-premier Luigi Di Maio, que sugeriu até convocar o embaixador holandês em Roma.
"O navio da ONG Sea Watch terá do governo italiano suporte médico e sanitário se precisar, mas o convido a apontar a proa para Marselha [na França]. Esse navio tem bandeira holandesa e está a poucos quilômetros da costa italiana, por isso acho oportuno convocar imediatamente o embaixador holandês e perguntar sobre as intenções de seu governo", disse.
Normas internacionais determinam que pessoas resgatadas no mar sejam levadas para o "porto seguro" mais próximo, independentemente de sua localização.
Apesar de a Itália ter sido durante muitos anos a principal porta de entrada para migrantes na União Europeia, o país acolhe proporcionalmente menos refugiados e solicitantes de refúgio que a Holanda: 353,9 mil, ou 0,58% de sua população, contra 109,7 mil (0,64%) da nação do norte da Europa.
Os dados são do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur), referentes ao fim de 2017. Isso se dá porque a maioria das pessoas que entram na Itália pelo Mediterrâneo segue viagem rumo à parte setentrional da UE, mais rica e com comunidades estrangeiras mais estabelecidas.
O navio da Sea Watch já havia se envolvido em polêmica nos primeiros dias do ano, após ter ficado mais de duas semanas bloqueado em Malta com 32 migrantes a bordo. O desembarque só foi autorizado quando oito países europeus, inclusive a Itália, se comprometeram em "repartir" os deslocados. (ANSA)
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