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Após pior inundação em 53 anos, Veneza volta a ficar alagada

15/11/2019 10h50

VENEZA, 15 NOV (ANSA) - Três dias depois de ter sofrido sua pior inundação em 53 anos, a cidade de Veneza, no norte da Itália, voltou a ficar debaixo d'água nesta sexta-feira (15).   

Às 11h26 da manhã (horário local), a maré atingiu o pico de 154 centímetros acima de seu nível médio, de acordo com o Gabinete de Meteorologia da Prefeitura. Com isso, a inundação alagou 70% do solo do centro histórico de Veneza, que estava semideserto.   

A Praça San Marco, área mais alagável da cidade, já havia sido interditada por ordem do prefeito Luigi Brugnaro, que também determinou o fechamento de escolas e a suspensão do serviço de barcos públicos no município.   

Veneza está em estado de emergência desde a última quinta (14), e o governo da Itália já aprovou a destinação de 20 milhões de euros para intervenções de urgência na cidade.   

A declaração de emergência é prerrogativa do governo nacional e tem como objetivo garantir ações imediatas em benefício dos territórios envolvidos, sob coordenação do Departamento de Proteção Civil e de um comissário nomeado por Roma, que, neste caso, será o próprio Brugnaro.   

Na última terça (12), a água na Lagoa de Veneza chegou a 187 centímetros acima de seu nível médio, alagando mais de 80% do centro da cidade. Essa foi a segunda maior marca já registrada na história, atrás apenas dos 194 centímetros da inundação de 4 de novembro de 1966.   

De acordo com o Centro de Previsões de Marés da Prefeitura, o nível da água pode voltar a superar os 110 centímetros nos próximos três dias - o fenômeno da "acqua alta" se caracteriza por marés iguais ou superiores a 80 centímetros.   

Estudos apontam que Veneza, uma das joias turísticas da Itália, está ameaçada pelas mudanças climáticas e pela contínua erosão do solo lagunar, especialmente em função da passagem de grandes navios.   

Atualmente, a Prefeitura constrói o chamado "sistema Mose", uma rede de comportas para proteger o centro histórico de inundações. A obra começou em 2003, mas caminha a passos lentos devido a escândalos de corrupção e será concluída apenas em 2021. (ANSA)
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