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Aiatolá do Irã diz que protestos foram 'manipulados'

17/01/2020 09h40

ISTAMBUL, 17 JAN (ANSA) - Uma multidão participou nesta sexta-feira (17), em Teerã, de um sermão do guia supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, que defendeu a Guarda Revolucionária do país, responsável pela queda de um avião com 176 pessoas a bordo, e disse que os protestos dos últimos dias foram "manipulados".

Esse foi o primeiro sermão do aiatolá nas orações de sexta-feira na capital desde fevereiro de 2012, por ocasião do aniversário de 33 anos de fundação da República Islâmica. "Vivemos nas duas últimas semanas dias amargos e doces, um ponto de reviravolta na história. Os grandes acontecimentos do funeral do general Qassem Soleimani e o dia em que o Irã atacou as bases dos Estados Unidos foram 'dias de Deus'", declarou o aiatolá.

Segundo Khamenei, esses episódios foram "milagres" que "mostraram o poder de uma nação que deu um tapa na cara" dos EUA. "A represália do Irã pelo ataque dos EUA não foi apenas uma ação militar eficaz, mas também um golpe nos EUA como superpotência", acrescentou.

O bombardeio contra as bases americanas no Iraque ocorreu na madrugada de 8 de janeiro, em retaliação pela morte de Soleimani, e não deixou vítimas. Naquele mesmo dia, o sistema de defesa antiaérea do Irã derrubou um avião civil com 176 pessoas e que havia sido confundido com um míssil.

Em seu sermão, Khamenei chamou o abatimento de "amargo incidente" e pediu medidas para evitar episódios semelhantes, mas elogiou a Guarda Revolucionária por "manter a segurança" do país. A notícia de que o Irã derrubou a aeronave provocou uma nova onda de protestos contra o regime, que já havia sido alvo de manifestações no ano passado.

"Aqueles palhaços que dizem estar por trás do povo são mentirosos. São manipulados pelos inimigos e não dedicaram suas vidas à segurança do Irã, diferentemente de pessoas como Soleimani. Segundo o aiatolá, os protestos foram usados para encobrir o "sacrifício" do general.

Feridos - O porta-voz do Comando Central dos Estados Unidos, capitão Bill Urban, confirmou que 11 soldados foram internados com sintomas de "comoção cerebral" depois do ataque iraniano de 8 de janeiro.

De acordo com o militar, os sintomas "emergiram alguns dias depois" e "são tratados com muita cautela". Oito soldados foram levados para um hospital na Alemanha, e três, para o Kuwait.

(ANSA)

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