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Igreja critica governo da Itália por não permitir missas

ALESSANDRO GAROFALO/REUTERS
Imagem: ALESSANDRO GAROFALO/REUTERS

27/04/2020 07h51

A Conferência Episcopal Italiana (CEI) criticou o governo do primeiro-ministro Giuseppe Conte por não ter liberado a realização de missas e outras celebrações religiosas no país a partir de 4 de maio.

Em um pronunciamento no último domingo (26), Conte anunciou que, na semana que vem, serão permitidas a reabertura de parques e a realização de funerais, mas manteve o veto a missas para evitar a disseminação do novo coronavírus (Sars-CoV-2), frustrando a Igreja Católica.

"Os bispos italianos não podem aceitar o comprometimento do exercício da liberdade de culto. Deve estar claro a todos que o empenho no serviço para os pobres, tão importante nesta emergência, nasce de uma fé que precisa se nutrir em suas fontes, principalmente a vida sacramental", diz um comunicado da CEI.

Na nota, os bispos italianos afirmam que a Igreja aceitou "com sofrimento" as limitações impostas pelo governo para combater a pandemia, mas exige retomar sua "ação pastoral" quando começar a etapa de relaxamento das normas de isolamento social.

Ainda segundo a CEI, a decisão de manter o veto às missas é "arbitrária". Em resposta, o governo Conte disse que estudará nos próximas dias um protocolo que permita a reabertura das igrejas "em máxima segurança".

A decisão do premiê é alvo de críticas até dentro do governo. A ministra da Família, Elena Bonetti, afirmou ser "incompreensível" não autorizar a volta das celebrações religiosas - Bonetti é aliada do ex-primeiro-ministro e senador Matteo Renzi, principal voz dissonante na base aliada.

Apesar disso, o comitê científico que assessora o governo na pandemia afirmou que ainda existem "criticidades" a serem resolvidas antes de permitir que fiéis voltem a se reunir nas igrejas, como a proximidade durante a Eucaristia.

"Como ainda não é possível prever o impacto das reaberturas parciais e do relaxamento das medidas atualmente em vigor na dinâmica epidêmica, o comitê acredita ser prematuro permitir a participação de fiéis em eventos religiosos", disse o órgão.

Esse mesmo comitê prevê que a reabertura das missas possa começar em 25 de maio. Até o momento, o novo coronavírus já infectou cerca de 200 mil pessoas na Itália e matou mais de 26 mil pessoas.