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Twitter bloqueia post de Trump pela 2ª vez, agora pelo caso George Floyd

Presidente dos EUA, Donald Trump, comentou os protestos em Minneapolis por causa da morte de George Floyd - YURI GRIPAS
Presidente dos EUA, Donald Trump, comentou os protestos em Minneapolis por causa da morte de George Floyd Imagem: YURI GRIPAS

Da ANSA, em Roma

29/05/2020 08h56Atualizada em 29/05/2020 11h07

Pela segunda vez, o Twitter bloqueou uma mensagem do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Se na primeira o motivo apontado foi uma "informação enganosa", dessa vez foi uma violação de regras sobre "enaltecimento à violência", segundo a plataforma.

Na noite de ontem, o presidente usou a rede social para falar sobre os protestos violentos que estavam ocorrendo em Minneapolis devido à morte de George Floyd, jovem negro vítima de policiais brancos em uma abordagem no dia 25 de maio.

"Eu não posso ficar quieto e apoiar o que está acontecendo na grande cidade norte-americana de Minneapolis. Uma total falta de liderança. Ou o muito fraco prefeito da esquerda radical, Jacob Frey, se une e traz a cidade de volta ao controle, ou eu mandarei a Guarda Nacional e farei o trabalho certo", escreveu em um primeiro post, que está no ar.

Na postagem seguinte, porém, Trump afirmou que conversou com o governador do estado de Minessota, Tim Walz, e que garantiu que enviaria ajuda militar para controlar os atos, fazendo uma ameaça aos manifestantes.

"...Esses BANDIDOS estão desonrando a memória de George Floyd, e eu não deixarei isso acontecer. Acabei de falar com o governador Tim Walz e disse para ele que os militares estarão com ele.

"Qualquer dificuldade e nós assumiremos o controle mas, quando os saques começarem, o tiroteio começará. Obrigado", escreveu.

A postagem foi então ocultada da página do presidente. "Este tuíte violou as Regras do Twitter sobre enaltecimento à violência. No entanto, o Twitter determinou que pode ser do interesse público que esse tuíte continue acessível", escreveu a plataforma, que permite o acesso à mensagem para quem clicar nela.

No dia 26 de maio, a rede social colocou um alerta para possível conteúdo enganoso em duas mensagens de Trump sobre a votação por cédulas enviadas por correio nas eleições presidenciais deste ano. O mandatário reagiu, falando que o Twitter estava ferindo a "liberdade de expressão".

Ontem, em resposta ao bloqueio, o republicano publicou uma ordem executiva que diminui a proteção da lei norte-americana às redes sociais, considerando-as passíveis de responsabilização sobre o conteúdo publicado. Com isso, tanto Twitter, como Facebook e Google, podem ser processados por postagens nelas feitas.

Mesmo com todas as ameaças, o CEO da rede social, Jack Dorsey, informou que o Twitter continuará a "chamar a atenção sobre informação incorreta ou duvidosa sobre eleições no mundo". "A nossa intenção não é ser árbitro da verdade. É ligar os pontos sobre afirmações contraditórias, mostrar a informação e deixar que as pessoas decidam por si", afirmou Dorsey.