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Mais uma opositora desaparece em Belarus, denuncia conselho

Antonina Konovalova também faz oposição ao governo de Aleksandr Lukashenko - TUT.BY/via REUTERS
Antonina Konovalova também faz oposição ao governo de Aleksandr Lukashenko Imagem: TUT.BY/via REUTERS

Da ANSA, em Moscou (Rússia)

08/09/2020 14h04

Mais uma opositora ao governo do presidente Aleksandr Lukashenko "desapareceu" hoje em Belarus, denunciou o Conselho de Coordenação da Oposição e a assessoria da ex-candidata presidencial Svetlana Tikhanovskaya. Trata-se de Antonina Konovalova, segundo informaram os opositores à agência russa Interfax.

O caso surge no mesmo dia em que o governo de Belarus confirmou que prendeu outra líder, Maria Kolesnikova, na fronteira do país com a Ucrânia. Segundo Minsk, a política e dois outros opositores — Ivan Kravtsov e Anton Rodnenkov — passaram "pelo posto de fronteira em Alexandrovka às 4h".

De acordo com a emissora estatal Belarus-1, Kolesnikova foi presa "porque tentou fugir ilegalmente" acelerando o carro onde estava "contra um guarda nacional". No entanto, as autoridades informaram que, no momento da detenção, ela estaria fora do carro, sendo que os outros dois opositores continuaram viagem — o que contradiz a própria versão de que a representante estava dirigindo.

Uma fonte consultada pela agência russa Interfax, que é próxima ao serviço secreto local, afirmou que nenhum dos três opositores "tinha a intenção de ir para o exterior", sendo que "todos eram categoricamente contrários" a deixar Belarus.Eles acabaram parando na fronteira após a detenção.

Provavelmente, foram levados até lá pelo centro de detenção e, como aconteceu com Olga Kovalkova, foram obrigados a deixar o país", revelou a fonte ressaltando que é muito provável que o serviço secreto "encenou" a tentativa de Kolesnikova de atravessar a fronteira.

Com as constantes denúncias de prisão de opositores, diversos países — especialmente a Alemanha — vem pressionando o governo de Lukashenko. Porém, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, saiu em defesa de Minsk e disse que seu país "não reconhece que há prisioneiros políticos em Belarus".

Os russos, e em menor grau os chineses, são os únicos a defenderem Lukashenko. Chamado de "último ditador da Europa", o presidente está no poder desde 1994 e venceu as eleições do dia 9 de agosto com mais de 80% dos votos.

Mas, a oposição acusa que houve fraude no pleito de agosto, e a União Europeia também acusa o governo do mesmo crime. Por conta do imbróglio, há quase um mês, o país vem registrando protestos diários pedindo a convocação de eleições justas.

Lukashenko até afirmou que poderia fazer uma antecipação dos votos desde que uma reforma constitucional seja aprovada pelo Congresso.