Presidente da Câmara dos EUA cria comissão para investigar saúde de Trump
A presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, a democrata Nancy Pelosi, anunciou a criação de uma comissão para investigar as condições de saúde do presidente do país, Donald Trump.
O comitê terá a função de avaliar se existem os pressupostos para ativar a 25ª emenda da Constituição norte-americana, que trata sobre a remoção de um presidente que esteja incapacitado de exercer o cargo "A forma física do presidente Trump e a sua capacidade de levar adiante o cargo deve ser avaliada pela ciência e dos fatos", disse Pelosi ao fazer o anúncio.
Trump está se recuperando após ter contraído o novo coronavírus (Sars-CoV-2). Ele anunciou o diagnóstico na quinta-feira (1º) e chegou a ficar internado por cerca de 72 horas no hospital militar Walter Reed, recebendo alta na última segunda-feira (5).
Apesar de não ter apresentado o exame que está negativo para o vírus, a equipe médica já liberou o mandatário para retomar sua agenda de atividades. Além disso, nem os médicos nem a Casa Branca divulgaram o exame que mostra que o republicano deu positivo para a doença.
Mais cedo, antes de instituir a Comissão de maneira formal, a porta-voz da Casa Branca, Kayleigh McEnany, disse que a ideia de Pelosi era "absurda". A assessora também está afastada por ter contraído o novo coronavírus, assim como outros 10 conselheiros, funcionários e senadores do alto escalão.
O anúncio de Pelosi ocorre no momento final da corrida presidencial, onde Trump tenta se reeleger.
- A 25ª Emenda: Ratificada em 1967, após o assassinato de John F. Kennedy, a 25ª Emenda determina o afastamento do presidente por diversos motivos.
Normalmente, ela é ativada em caso de doenças (seção 3) porque os mandatários acabam transferindo seus poderes, temporariamente, para seus vices - retomando o controle assim que estão liberados clinicamente. Em 2002 e 2007, por exemplo, George W. Bush fez a transferência de poder para seu vice, Dick Cheney, por conta de cirurgias que precisou fazer e que exigiam sedação.
No entanto, Trump não fez isso e manteve as funções mesmo durante a internação no hospital.
Já a seção 4 fala sobre a remoção do presidente no caso de um grupo de congressistas, com a maioria do Gabinete presidencial, definirem que o presidente não está habilitado a permanecer no cargo. O mandatário em exercício pode contestar a medida, dizendo que está apto, e então, o vice e a maioria do Gabinete teriam quatro dias para provar o contrário ao Congresso. Assim, os parlamentares teriam 21 dias para decidir sobre o afastamento ou não. Isso nunca foi ativado.
A outra possibilidade é no caso de morte do presidente, fato que ocorreu oito vezes na história dos EUA. Assim, o vice também assume a função.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.