Hackers miram 'cadeias de refrigeração' de vacinas anti-Covid
Alguns grupos de hackers estão mirando empresas envolvidas na distribuição das vacinas contra o coronavírus Sars-CoV-2, em preparação para atacar a chamada "cadeia de refrigeração", alertou em um relatório a empresa IBM hoje.
Segundo o documento, os hackers aparentam estar buscando paralisar ou roubar informações vitais das empresas que farão o transporte das doses das fábricas para os hospitais, em toda a cadeia de logística, e essa campanha está sendo feita através do phishing.
Os criminosos enviam e-mails em nome de diretores da empresa chinesa Haier Biomedical, que é especializada no transporte de vacinas, com o objetivo de roubar dados privados. Além disso, miram em organizações ligadas à Aliança de Vacina Gavi, uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS) em parceria com diversas empresas privadas.
Para deixar esses e-mails críveis, são citadas corretamente todas as características dos produtos que são vendidos pela empresa chinesa verdadeira, entre eles, os painéis solares, que servirão para alimentar as geladeiras em países com temperatura elevada, e produtores de gelo seco. Também são citadas algumas agências internacionais aduaneiras, como as que atuam na União Europeia.
"Quem for que seja que criou essa campanha conhece muito bem todos os produtos envolvidos na cadeia de distribuição de uma vacina em uma pandemia global", destaca ainda o relatório.
O alerta surge em um momento em que duas das mais avançadas vacinas contra a Covid-19, as desenvolvidas pela parceria entre Pfizer e BioNTech e pela Moderna, estão em vias de aprovação ao redor do mundo - em ato já promovido pelo governo do Reino Unido.
Ambas necessitam de temperaturas fora do padrão normal de conservação e transporte por usarem uma tecnologia inovadora, a do RNA mensageiro. A da Pfizer precisa de uma temperatura de -70ºC e a da Moderna de -20ºC. As vacinas mais tradicionais, usadas há décadas, precisam ficar entre 2ºC e 8ºC, o equivalente a uma geladeira normal.
Essa não é a primeira vez que há o temor de que hackers ataquem o desenvolvimento e a produção das vacinas contra o novo coronavírus.
Em julho, os Estados Unidos, Reino Unido e Canadá acusaram hackers russos de tentarem roubar dados das pesquisas dos imunizantes em países ocidentais. Poucos dias depois, Washington acusou dois hackers chineses de fazerem um ataque semelhante em diversos países. Tanto Moscou como Pequim negaram estar por trás desses grupos.
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