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Ex-presidente da Bolívia pede perdão, mas diz ser 'presa política'

Ex-mandatária foi acusada de genocídio pela morte de 20 manifestantes em um ato pró-Evo Morales em 2019 - REUTERS
Ex-mandatária foi acusada de genocídio pela morte de 20 manifestantes em um ato pró-Evo Morales em 2019 Imagem: REUTERS

Ansa, La Paz

15/03/2022 13h06

Presa há um ano, a ex-presidente da Bolívia Jeanine Añez pediu "perdão" ao povo do país por meio de suas redes sociais nesta segunda-feira (14). No entanto, voltou a acusar o governo e dizer que sua prisão é uma ação política.

"Ao povo boliviano, ao estar um ano presa de maneira ilegal e injustamente, peço perdão. Peço perdão pelos erros cometidos durante o meu ano de governo, que não devia ser de um ano, mas de três meses, mas a pandemia nos obrigou a postergar as eleições", diz em uma carta escrita à mão.

Dizendo que teve a intenção "para fazer o melhor para a Bolívia", Añez ainda afirma que confiou em pessoas próximas "que a traíram e abusaram de sua confiança, de minha boa fé, mentindo e manipulando a verdade".

Añez responde formalmente em diversos processos chamados de "Golpe de Estado I", com os crimes de terrorismo, sedição e conspiração, e "Golpe de Estado II", acusada de violação de dever e resoluções contrárias à Constituição e às leis. A ex-mandatária também foi acusada de genocídio pela morte de 20 manifestantes em um ato pró-Evo Morales em novembro de 2019.

A crise na Bolívia começou em 2019 quando Evo foi eleito para um quarto mandato. Ele chegou a ser declarado vencedor da disputa, mas a oposição não reconheceu o resultado bem como a Organização dos Estados Americanos.

A OEA chegou a apontar uma fraude na disputa, mas um estudo feito por universidades dos Estados Unidos constatou inúmeras falhas técnicas no relatório da entidade, apontando que não houve problemas na votação.

Pressionado pelos protestos organizados pela oposição e por motins policiais e militares, Evo renunciou ao cargo assim como todos aqueles em sua linha sucessória até chegar em Añez, que ocupava a segunda vice-presidência do Senado.

Ela se autoproclamou presidente interina, em uma sessão boicotada pelo partido de Evo e maior bancada, o Movimento ao Socialismo (MAS), e governou por um ano até as novas eleições, que foram vencidas pelo aliado do ex-presidente e membro do MAS, Luis Arce.