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Papa critica 'incapacidade' do mundo para frear guerra em Gaza

O papa Francisco publicou nesta segunda-feira (7) uma carta aos católicos do Oriente Médio, por ocasião do primeiro aniversário da atual guerra na Faixa de Gaza, e criticou a "vergonhosa incapacidade da comunidade internacional" de interromper o conflito entre Israel e o grupo fundamentalista Hamas.

Em texto divulgado também em árabe, o pontífice afirmou que "não se cansa de repetir que a guerra é uma derrota" e que a "violência jamais leva à paz", ressaltando que "anos e anos de conflitos parecem não ter ensinado nada".

"Há um ano, o pavio do ódio acendeu-se. Ele não apagou, mas explodiu em uma espiral de violência, em meio à vergonhosa incapacidade da comunidade internacional e dos países mais poderosos de silenciar as armas e pôr fim à tragédia da guerra", escreveu o líder católico na mensagem.

"O sangue corre, assim como as lágrimas. A raiva aumenta, juntamente à vontade de vingança, enquanto parece que poucos se interessam por aquilo que é mais necessário e que as pessoas querem: diálogo, paz", acrescentou.

No texto, o Papa expressou solidariedade aos "habitantes de Gaza, martirizados e no limite", às pessoas "forçadas a deixar suas casas e a abandonar a escola e o trabalho para fugir das bombas", às mães que "derrubam lágrimas olhando os filhos mortos ou feridos" e àqueles que "têm medo de olhar para cima, porque do céu chove fogo".

"Estou com vocês que não têm voz, porque fala-se muito de planos e estratégias, mas pouco da situação concreta de quem sofre a guerra, que os poderosos levam os outros a fazer. Sobre eles, no entanto, recai a investigação inflexível de Deus", salientou Francisco.

Jorge Bergoglio também lembrou que convocou um dia de orações e jejuns nesta segunda-feira para pedir o fim da guerra em Gaza, onde cerca de 41,9 mil pessoas morreram ao longo de um ano, em sua maioria civis, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave palestino.

O conflito começou após atentados do Hamas que deixarem 1,2 mil mortos em Israel em 7 de outubro de 2023, também civis em sua maior parte, segundo o governo de Benjamin Netanyahu.

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