Tajani impulsiona marca Itália no Brasil, diz embaixador

Por Patrizia Antonini SÃO PAULO, 13 OUT (ANSA) - "Concretude" e "operacionalidade": o embaixador da Itália no Brasil, Alessandro Cortese, escolhe essas duas palavras-chaves para caracterizar a recente missão do vice-premiê e ministro das Relações Exteriores, Antonio Tajani, na América Latina.   

Em conversa com a ANSA, o diplomata destaca como os dois conceitos refletem em grande parte o significado da agenda de Tajani em São Paulo, cidade com a maior comunidade italiana fora da Itália, nos 150 anos da imigração. Uma coletividade que muito contribuiu para tornar o estado o principal motor econômico do país, em um "ano extraordinário para as relações entre Itália e Brasil".   

A estratégia do vice-premiê, "que visa levar a parceria industrial e comercial bilateral ao seu mais alto nível" - inclusive no intercâmbio de matérias-primas e produtos -, ganhou forma nas reuniões com o governador Tarcísio de Freitas e com o ministro da Casa Civil, Rui Costa, ambos convidados por Tajani a Roma.   

O plano do chanceler encontrou sua máxima expressão no Fórum Empresarial Itália-Brasil. "Um sucesso não só em qualidade, com a participação de grandes nomes, como Paolo Scaroni e Pietro Labriola, e da alta direção de inúmeras empresas italianas já presentes no território e brasileiras, com empresários do calibre de Carlo Bauducco e Rubens Ometto, mas também pelos números, com mais de 350 empresas inscritas", explica o embaixador.   

No evento, organizado pela Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Rui Costa, chefe do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) - que tem um pacote de R$ 1,8 trilhão para investimentos -, detalhou as grandes oportunidades para italianos: desde infraestrutura (especialmente ferroviária) até energia e meio ambiente.   

"Uma oportunidade que também pode facilitar os investimentos brasileiros na Itália. E parcerias, com 200 projetos já iniciados", observa Cortese.   

A inauguração do escritório da agência Simest no edifício do Consulado-Geral da Itália também foi um elemento muito concreto.   

"Mais um ponto de referência à disposição das empresas. Uma peça que se soma à da Sace, ICE e Enit", comenta o diplomata, lembrando o memorando de entendimento assinado pela Cassa Depositi e Prestiti e pela Sace com o Banco do Brasil.   

O documento cria uma linha de crédito de 250 milhões de euros (ampliável até meio bilhão) para projetos de energias alternativas e para a reconstrução do estado do Rio Grande do Sul, devastado pelas enchentes. Um novo testemunho de solidariedade com um território com uma grande comunidade de descendentes italianos.   

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E no tema infraestrutura, o embaixador destaca ainda o acordo firmado pela empresa Valente para a ligação ferroviária no Porto de Aracruz, no Espírito Santo, outro estado com forte presença italiana.   

Por outro lado, o comércio também "pode se beneficiar de relações industriais mais intensas", sublinha o embaixador, recordando os desejos do vice-primeiro-ministro para o acordo UE-Mercosul e a flexibilização de tarifas de importação.   

A missão teve como pano de fundo "um ano sem precedentes para as relações bilaterais", favorecidas pelo entrelaçamento das presidências do G7-G20, por um intenso intercâmbio de ministros, pela visita do presidente Sergio Mattarella e pela chegada em breve da primeira-ministra Giorgia Meloni, precedida pela missão dos presidentes da Câmara e do Senado em 7 de novembro.   

"É uma ofensiva político-diplomática. Uma rica semeadura, que caberá também à diplomacia italiana, às instituições e às empresas presentes no Brasil fazerem frutificar", conclui o embaixador. (ANSA).   

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