Manifestantes são 'filhos rebeldes' de Lula e Dilma, diz 'El País'
Um artigo de opinião publicado no portal do jornal espanhol El País diz que os protestos que sacodem o Brasil são os "filhos rebeldes" do ex-presidente Lula e da atual mandatária Dilma Rousseff.
"Lula e Dilma são como pais que se sentem orgulhosos de ver seus filhos saírem da penúria, ingressarem na universidade e poderem levar no bolso um celular e as chaves de uma moto ou de um carro", diz o artigo, assinado pelo correspondente Juan Arias.
"Os filhos cresceram, começaram a saber mais coisas da vida e da política de seus pais, e a dominar melhor que eles (os pais) todos os labirintos endiabrados da tecnologia da informação moderna".
Em sua analogia, Arias diz que, ao crescerem, "os filhos" começaram a fazer perguntas ao pais e, "pior", começaram a discordar deles.
"Chegaram ao extremo de reclamar do que ainda não tinham ganhado ou de que o que tinham estava estragado, diziam que o brinquedo não funcionava bem".
O texto menciona que Lula chegou a elogiar o sistema de saúde do Brasil com uma frase que "hoje ele preferiria esquecer". Segundo o artigo, em uma ocasião, o ex-presidente teria dito que o sistema teria chegado "quase à perfeição" e que no Brasil "algumas pessoas tinham até vontade de ficar doentes para desfrutar de um hospital".
"Os filhos um dia foram a esses hospitais e viram que era melhor estar saudáveis", diz o texto.
'Precisamos ouvi-los'
O artigo do El País ainda diz que os "filhos", que "subiam nos ônibus pagando caro, sendo empurrados, alguns tentando entrar pelas janelas, 'eles' com perigo de serem assaltados e 'elas' abusadas sexualmente, em vez de alegrarem-se com os estádios de primeiro mundo começaram a dizer que poderiam abrir mão da Copa, mas não de transportes, escolas, e hospitais dignos".
O texto diz que a reação da presidente, que afirmou na terça-feira que o governo "está atento às vozes que pedem mudanças", se assemelha ao tom de pais que, quando conversam sobre os filhos que se rebelam, dizem entre si: "precisamos ouvi-los".
O correspondente estima que todos esses assuntos que foram levantados durante os protestos devem ter dominado o encontro de Dilma e Lula na terça-feira à noite.
"Sem dúvida, Dilma e Lula terão saído do encontro com essa vontade de escutar, de dialogar com os filhos rebeldes", diz o artigo, acrescentando que o temor agora é de que talvez os filhos já não queiram conversa e prefiram falar por si mesmos.
"É um momento difícil e ao mesmo tempo apaixonante que o Brasil atravessa. Os aspectos positivos dos protestos que já abraçam quase o país inteiro poderiam servir de exemplo aos países vizinhos".
"Lula e Dilma são como pais que se sentem orgulhosos de ver seus filhos saírem da penúria, ingressarem na universidade e poderem levar no bolso um celular e as chaves de uma moto ou de um carro", diz o artigo, assinado pelo correspondente Juan Arias.
"Os filhos cresceram, começaram a saber mais coisas da vida e da política de seus pais, e a dominar melhor que eles (os pais) todos os labirintos endiabrados da tecnologia da informação moderna".
Em sua analogia, Arias diz que, ao crescerem, "os filhos" começaram a fazer perguntas ao pais e, "pior", começaram a discordar deles.
"Chegaram ao extremo de reclamar do que ainda não tinham ganhado ou de que o que tinham estava estragado, diziam que o brinquedo não funcionava bem".
O texto menciona que Lula chegou a elogiar o sistema de saúde do Brasil com uma frase que "hoje ele preferiria esquecer". Segundo o artigo, em uma ocasião, o ex-presidente teria dito que o sistema teria chegado "quase à perfeição" e que no Brasil "algumas pessoas tinham até vontade de ficar doentes para desfrutar de um hospital".
"Os filhos um dia foram a esses hospitais e viram que era melhor estar saudáveis", diz o texto.
'Precisamos ouvi-los'
O artigo do El País ainda diz que os "filhos", que "subiam nos ônibus pagando caro, sendo empurrados, alguns tentando entrar pelas janelas, 'eles' com perigo de serem assaltados e 'elas' abusadas sexualmente, em vez de alegrarem-se com os estádios de primeiro mundo começaram a dizer que poderiam abrir mão da Copa, mas não de transportes, escolas, e hospitais dignos".
O texto diz que a reação da presidente, que afirmou na terça-feira que o governo "está atento às vozes que pedem mudanças", se assemelha ao tom de pais que, quando conversam sobre os filhos que se rebelam, dizem entre si: "precisamos ouvi-los".
O correspondente estima que todos esses assuntos que foram levantados durante os protestos devem ter dominado o encontro de Dilma e Lula na terça-feira à noite.
"Sem dúvida, Dilma e Lula terão saído do encontro com essa vontade de escutar, de dialogar com os filhos rebeldes", diz o artigo, acrescentando que o temor agora é de que talvez os filhos já não queiram conversa e prefiram falar por si mesmos.
"É um momento difícil e ao mesmo tempo apaixonante que o Brasil atravessa. Os aspectos positivos dos protestos que já abraçam quase o país inteiro poderiam servir de exemplo aos países vizinhos".
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