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Pela 1ª vez na história, Brasil tem três presidentes em um só dia

31/08/2016 19h43

Uma conjunção de fatores propiciou um inedistimo histórico nesta quarta-feira: pela primeira vez, o Brasil teve três presidentes em um único dia.

O inusitado ocorreu por uma sucessão de desdobramentos que tiveram início por volta das 11h com a votação do impeachment de Dilma Rousseff no Senado Federal.

Por volta das 13h30 (horário de Brasília), o afastamento definitivo da petista foi aprovado pela maioria dos senadores. Dilma já estava afastada do cargo desde o dia 12 de maio, quando o Senado aprovou a abertura do processo.

Em seguida, foi feita a comunicação oficial ao presidente interino Temer. Às 17h, ele foi empossado como presidente no plenário do Senado.

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Mas Temer já estava com a viagem marcada para esta quarta-feira para a China, onde participará da reunião do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo.

Por causa disso, com a saída do peemedebista do país, o cargo passou a ser ocupado pelo atual presidente da Câmara dos Deputados, o deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Maia, que está à frente da casa desde julho em um mandato-tampão após a renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), deve comandar o país até o retorno de Temer, na próxima terça-feira.

"Nunca houve algo do tipo (um dia com três presidentes) na história. É a típica jabuticaba brasileira", afirmou por telefone à BBC Brasil o historiador brasileiro José Murilo de Carvalho.

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Impeachment

Ao fim de um processo que durou cerca de nove meses, Dilma Rousseff teve o mandato cassado no Senado por 61 votos contra 20. Ela, no entanto, manteve o direito a exercer função pública, conforme votação ocorrida em separado após a aprovação do impeachment.

Depois do anúncio de que havia sido destituída definitivamente do cargo, Dilma fez um rápido pronunciamento à imprensa afirmando que o impeachment foi o "segundo golpe" que sofreu na vida e que o governo de Temer enfrentará uma oposição "enérgica e determinada".

Segundo a petista, a decisão de destitui-la não teve "qualquer justificativa constitucional".

"O golpe não foi apenas contra mim. Isso foi apenas o começo. Vai atingir indistintamente qualquer organização progressista e democrática. O golpe é contra o povo, é contra a nação, é misógino, é homofóbico, é racista", disse.

Ela também prometeu que "não desistirá" e que continuará sua jornada "contra o retrocesso, a agenda conservadora e pelo reestabelecimento pleno da democracia".