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Mudanças na duração do dia e aviso pelo cheiro da água: 5 fatos surpreendentes sobre terremotos

As consequências de um terremoto podem ser devastadoras - GINNETTE RIQUELME/ REUTERS
As consequências de um terremoto podem ser devastadoras Imagem: GINNETTE RIQUELME/ REUTERS

21/09/2017 12h02

Neste exato momento em que você lê este texto, em algum lugar no planeta a terra está tremendo. Afinal, a cada ano são registrados cerca de 1 milhão de terremotos.

Dados coletados desde 1990 indicam que, a cada ano, são registrados, em média, 17 terremotos de magnitude superior a 7 e pelo menos um tremor acima de magnitude 8, segundo o serviço geológico dos EUA. Mas a grande maioria dos tremores passa despercebida.

Abaixo, a BBC Mundo, serviço em espanhol da BBC, lista cinco curiosidades que você talvez não sabia sobre abalos sísmicos como dos dois recentes ocorridos no México.

1. A duração do dia pode ser alterada 
BBC - NASA - NASA
Se o planeta Terra acelera o ritmo de rotação com a energia criada pelos abalos sísmicos, o dia pode ficar mais curto
Imagem: NASA

Em março de 2009, um tremor de magnitude 8,9 atingiu o noroeste do Japão. A energia liberada foi tamanha que alterou a distribuição da massa da terra.

Isso gerou uma aceleração na velocidade de rotação do planeta. Como resultado, o dia na Terra durou 1,8 microsegundo menos que o habitual.

2. Água pode mudar de cheiro e de temperatura

Lagoas, canais, lagos e outras fontes de água parada podem exalar um odor desagradável e aumentar levemente sua temperatura antes de um tremor.

Isso acontece por conta de gases subterrâneos que são liberados a medida que as placas tectônicas se movimentam.

Esses gases também podem contribuir para eventuais mudanças de comportamento na vida silvestre da região.

3. Animais mudam comportamento

Pesquisadores de uma universidade do Reino Unido observaram o desaparecimento de sapos antes do terremoto de 2009 na Itália.

O estudo sugere que os sapos são capazes de detectar pistas pré-sísmicas como a emissão de gases e partículas carregadas - e que essas pistas poderiam servir como uma forma de sistema de alerta precoce de terremotos.

A pesquisa entretanto não conseguiu esclarecer com precisão o mecanismo que permitiria aos anfíbios perceber a chegada de uma atividade sísmica.

E não são apenas os sapos que mostraram comportamento atípico antes de terremotos.

Em 2004, antes do abalo sísmico seguido de tsunami que matou milhares de pessoas principalmente na Indonésia, foi observado que diferentes espécies de animais e aves seguiram para lugares mais altos.

Cientistas acreditam que animais são capazes de sentir tremores leves, produzidos antes do forte movimento das placas tectônicas. Outra hipótese é que detectam sinais elétricos causados pelo movimento das rochas subterrâneas.

4. Depois do terremoto, a seicha

Após terremotos, ocorrem em lagos, portos e piscinas oscilações estacionárias internas - quase imperceptíveis a olho nu - conhecidas como seichas.

O fenômeno é mais comum em locais onde a água está num espaço parcialmente fechado e mais raso, como em piscinas e lagos, e a água pode continuar oscilando por horas, mesmo em locais a milhares de quilômetros do epiocentro do tremor.

5. Causa descoberta no século 18

O geólogo britânico John Michell (1724-1793) foi um dos primeiros a apontar para causas dos terremotos, no começo do século 18.

Foi ele que propôs, após o terremoto de Lisboa em 1755, que os abalos sísmicos estavam ligados à movimentação de blocos da crosta terrestre e que eles se propagavam através de ondas de choque subterrâneas.

Michell é considerado um dos pais da sismologia.