Topo

O momento em que crianças são resgatadas de escombros após bombardeio na Síria

siria1 - MOHAMMED BADRA/EFE - MOHAMMED BADRA/EFE
Várias crianças ficaram feridas em bombardeios no leste de Ghouta
Imagem: MOHAMMED BADRA/EFE

20/02/2018 14h16

Mais de 200 pessoas teriam morrido após ataques de forças do governo Sírio a cidades da região de Ghouta, nos arredores de Damasco.

Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos (SOHR, na sigla em inglês), entidade sediada no Reino Unido, pelo menos 20 crianças estão entre as vítimas.

Imagens mostram a destruição deixada pelo bombardeio e o resgate de crianças em uma casa em ruínas. Desde o domingo, ataques militares se intensificaram em Ghouta, mas o pior bombardeio foi na segunda.

A região está sob o controle de rebeldes, e o governo de Bashar al-Assad tenta retomar o controle da área.

Os bombardeios atingiram não apenas civis, mas também infraestrutura e meios de abastecimento. Padarias, armazéns e tudo o que pudesse abrigar alimentos viraram alvo dos morteiros.

A população teme que a região se torne uma nova Aleppo, cidade que foi destruída pelo conflito na Síria.

Segundo observadores, quatro hospitais improvisados foram destruídos, o que prejudicou o atendimento aos feridos.

Voluntários também disseram que os ataques atingiram rodovias, causando bloqueio e impedindo a chegada de ajuda e operações de resgate, além de prejudicar a movimentação de ambulâncias.

O próximo mês marca sete anos do conflito civil na Síria. Centenas de milhares de pessoas foram mortas desde então, e aproximadamente 5 milhões deixaram o país.

Os conflitos tiveram início em 2011, com a resposta violenta do governo aos protestos pedindo mais liberdade no país, inspirados na Primavera Árabe.

Simpatizantes do grupo antigoverno começaram a pegar em armas - primeiro para se defender e depois para expulsar as forças de segurança de suas regiões.

Ao longo dos meses, o conflito adquiriu contornos de guerra sectária entre a maioria sunita do país e xiitas alauitas, o braço do Islamismo a que pertence o presidente.

Diante do caos, grupos extremistas, como o autodenominado Estado Islâmico (EI), dominaram partes do país e passaram a ser combatidos por forças internacionais, principalmente dos Estados Unidos.

As batalhas para retomar os últimos redutos urbanos do EI foram concluídas no fim do ano passado. O conflito entre rebeldes e as forças de Assad, porém, continua.