Em funeral de Soleimani, Irã reforça status de herói e mártir de general morto pelos EUA
Uma grande multidão está reunida em Bagdá neste sábado (4/1) para a procissão fúnebre do general iraniano Qasem Soleimani, morto na quinta-feira por um ataque aéreo realizado pelos EUA na capital iraquiana.
A procissão marca o início de dias de cerimônias e homenagens planejadas pelo Irã — aonde o corpo de Soleimani deve retornar na noite deste sábado (hora local) para um funeral planejado para terça-feira em sua cidade natal de Kerman, centro do país.
Soleimani liderou as operações militares iranianas no Oriente Médio como comandante da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária, e era considerado um dos homens mais poderosos do Irã. O país declarou luto de três dias de luto pela morte do general e prometeu vingança contra os EUA.
"A retaliação do Irã é certa, mas ainda não se sabe quando, onde e como. Por enquanto, a prioridade é fortalecer o status de Qasem Soleimani como heróis nacional e assegurar-se de que ele siga sendo tão poderoso na morte quanto era em vida", aponta Lyse Doucet, correspondente-chefe da BBC no Oriente Médio.
Doucet explica que o funeral de Soleimani tem sido cuidadosamente elaborado a começar por Bagdá, onde ele morreu e onde também é considerado herói por parte da população, por apoiar um grupo xiita paramilitar que ajudou a combater o grupo sunita autodenominado Estado Islâmico.
De Bagdá, os restos mortais de Soleimani devem seguir para a cidade sagrada iraniana de Mashhad e para a capital Teerã, onde o líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei, deve comandar orações fúnebres — uma honraria rara no país, o que também sinaliza a força do general.
"O mais importante agora (para o Irã) é elevar seu martírio. (...) Líderes iranianos esperam que sua morte consiga unir o país", explica Deucet.
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