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Países fecham fronteiras para viajantes que passaram pela China; Brasil ainda não tomou decisão

01/02/2020 10h48

EUA e Austrália disseram que negariam entrada a todos os visitantes estrangeiros que estiveram na China recentemente; autoridades globais de saúde criticaram medidas.

Países ao redor do mundo fecharam suas fronteiras para viajantes que passaram pela China, enquanto autoridades trabalham para controlar a rápida disseminação do coronavírus.

Os EUA e a Austrália disseram que negariam a entrada a todos os visitantes estrangeiros que estiveram recentemente na China, onde o vírus surgiu pela primeira vez em dezembro.

Países como Rússia, Japão, Paquistão e Itália anunciaram restrições de viagem semelhantes.

Até a conclusão desta reportagem, o Brasil ainda não havia tomado essa decisão.

Apesar disso, o Ministério da Saúde orientou que viagens para a China devem ser realizadas somente "em casos de extrema necessidade".

Mas as autoridades globais de saúde criticaram as medidas.

"As restrições de viagens podem causar mais mal do que bem, dificultando o compartilhamento de informações, as cadeias de suprimentos médicos e prejudicando economias", afirmou o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) na sexta-feira (31/01).

A OMS recomenda que sejam feitos exames nas passagens oficiais de fronteira. Segundo a entidade, o fechamento de fronteiras pode acelerar a propagação do vírus, com viajantes entrando em países ilegamente.

A China criticou a onda de restrições de viagens, acusando governos estrangeiros de ignorar as recomendações oficiais.

"Logo depois de a OMS criticar as restrições de viagens, os EUA correram na direção oposta", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores Hua Chunying. "Certamente não é um gesto de boa vontade."

Novo vírus se alastra

O número de mortos pelo novo vírus, oficialmente chamado de 2019-nCov, agora é de 259.

Todas as mortes ocorreram na China e a maioria ocorreu na província de Hubei, onde o vírus surgiu.

Quase 12 mil casos foram confirmados e uma pequena parte deles - cerca de 100 - ocorreu fora da China. Reino Unido, EUA, Rússia e Alemanha confirmaram casos nos últimos dias.

O número de casos de coronavírus em todo o mundo superou o da epidemia semelhante de Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave, na sigla em inglês), que se espalhou para mais de duas dezenas de países em 2003.

Mas a taxa de mortalidade do novo vírus é muito menor que a do Sars, o que levou as autoridades a acreditar que ele não é tão mortal.

Um estudo da Universidade de Hong Kong indica que o número total de casos pode ser muito maior do que as estatísticas oficiais sugerem. Mais de 75 mil pessoas podem ter sido infectadas na cidade de Wuhan, que está no epicentro do surto, dizem os especialistas responsável pela pesquisa.

Como os países estão reagindo?

Uma série de restrições de viagens foi anunciada nos últimos dias.

Os EUA, que declararam uma rara emergência de saúde pública, proibiram a entrada de todos os estrangeiros que visitaram a China nas últimas duas semanas.

Cidadãos e residentes dos EUA que retornam da província de Hubei, onde o surto começou, ficarão em quarentena por 14 dias. Aqueles que retornam de outras partes da China poderão monitorar suas próprias condições por um período semelhante.

Outro caso confirmado nos EUA na sexta-feira - na Califórnia - elevou o número para sete. Robert Redfield, diretor do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), disse que 191 pessoas estavam sob observação.

A Austrália, que anunciou uma proibição semelhante, disse que qualquer cidadão que chegasse da China ficaria em quarentena por duas semanas.

Também houve uma série de evacuações da China, enquanto governos estrangeiros trabalham para trazer seus cidadãos de volta.

Mais de 300 indianos chegaram a Nova Délhi no sábado depois de terem sido evacuados de Wuhan. A Tailândia também deve evacuar seus cidadãos da cidade nos próximos dias.

Espera-se que Reino Unido, Coréia do Sul, Cingapura e Nova Zelândia coloque em quarentena por duas semanas os evacuados para monitorá-los quanto a sintomas e evitar contágio.

Outros desdobramentos recentes:

A China pediu à União Europeia que facilite o envio de suprimentos médicos dos países-membros

A Vietnam Airlines suspendeu todos os voos para China, Hong Kong e Taiwan

Outras companhias aéreas, incluindo Qantas, Air New Zealand , Air Canada e British Airways, cancelaram ou reduziram voos

O líder norte-coreano Kim Jong-un ofereceu suas condolências em uma carta ao presidente da China

As redes de hotéis, incluindo Hyatt, Radisson e Hilton, estenderam suas políticas de cancelamento para hóspedes que viajam para a China

A Apple disse que fecharia temporariamente suas lojas na China

O Reino Unido anunciou que retiraria da China continental dezenas de funcionários do Ministério das Relações Exteriores

A Rússia disse que dois cidadãos chineses foram isolados depois de terem testado positivo para o vírus

Alemanha, Itália e Suécia confirmaram mais casos na Europa

Cingapura fechou suas fronteiras para todos os viajantes da China


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