A seita apontada como 'viveiro' do coronavírus na Coreia do Sul
Pelo menos 30 das novas infecções pelo Covid-19 foram registradas na quinta-feira entre membros da seita em Daegu, uma cidade de cerca de 2,5 milhões de pessoas.
Um grupo religioso na Coreia do Sul foi identificado como um viveiro de coronavírus, segundo autoridades, em meio a um aumento acentuado de casos confirmados no país.
A filial da Igreja Shincheonji que atua na cidade de Daegu responde por 30 de 53 novos casos do coronavírus registrados oficialmente na Coreia do Sul, deixando autoridades alarmadas.
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As autoridades de saúde sul-coreanas acreditam que as infecções estejam ligadas a uma mulher de 61 anos cujo resultado do exame que testa para a presença do vírus foi positivo.
O Centro Coreano de Controle de Doenças diz que a mulher ? que não foi identificada ? teve contato com 166 pessoas, que foram solicitadas a se colocarem em quarentena.
Pelo menos 30 das novas infecções por Covid-19 foram registradas na quinta-feira entre membros da seita em Daegu, uma cidade de cerca de 2,5 milhões de pessoas.
A Shincheonji, que foi acusada de ser um culto, disse que fechou sua filial em Daegu e que serviços em outras regiões seriam mantidos online ou individualmente, em residências.
O prefeito da cidade descreveu a situação atual como uma "crise sem precedentes" e instou as pessoas da cidade a ficarem dentro de casa. Os comandantes de uma base militar americana também impuseram restrições de acesso, informou a agência de notícias AFP.
A seita é uma organização religiosa fundada em 1984 pelo sul-coreano Lee Man-hee, hoje com 80 anos, que se descreve como "o pastor prometido" mencionado na Bíblia. A Shincheonji tem mais de 120 mil membros em todo o mundo.
Como está a situação do coronavírus na Coreia do Sul?
O número de casos confirmados na Coreia do Sul agora é de 104, segundo informaram autoridades nesta quinta-feira (20/2).
Novos casos também foram relatados na capital Seul e na província vizinha de Gyeongsang do Norte.
O país também registrou sua primeira morte que parece relacionada à epidemia: um homem de 63 anos vítima de pneumonia em hospital na cidade de Cheongdo, no sudeste. Ele estava hospitalizado havia 20 dias e era um entre 15 pacientes do mesmo hospital cujos testes haviam confirmado a infecção pelo coronavírus, relata a agência de notícias Yonhap.
O coronavírus, originário da província de Hubei, na China, causa sintomas semelhantes aos da pneumonia.
A China já registrou mais de 2 mil mortes e 75,2 mil infecções pelo vírus.
O cruzeiro japonês
Também na quinta-feira, o Japão disse que morreram dois dos passageiros japoneses que pegaram o vírus a bordo do navio de cruzeiro Diamond Princess, atualmente em quarentena. As vítimas estavam na casa dos 80 anos.
O transatlântico transportava 3.700 pessoas no total e os passageiros que não tinham o vírus começaram a deixar o navio na quarta-feira, após uma quarentena de 14 dias.
Centenas já desembarcaram do navio atracado em Yokohama. Outros devem sair nos próximos dois dias.
Mais de 150 passageiros australianos já chegaram a Darwin, onde iniciarão mais duas semanas de quarentena. O mesmo ocorrerá com passageiros originários de Hong Kong que acabaram de retornar ao território.
O secretário de Relações Exteriores do Reino Unido, Dominic Raab, disse que os britânicos que estão no navio poderão embarcar em um voo para casa na sexta-feira, desde que não apresentem sintomas do vírus.
A Indonésia também deve repatriar seus cidadãos.
Ao mesmo tempo, o Irã diz que duas pessoas infectadas com o vírus morreram na cidade de Qom ? são as primeiras mortes relacionadas ao coronavírus no Oriente Médio.
Na quarta-feira, o governo de Hong Kong disse que um homem de 70 anos com doenças se tornou a segunda fatalidade do território.
O Japão tem três mortes atribuídas ao vírus, enquanto França, Filipinas e Taiwan registraram uma morte cada.
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