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Os perigos da febre "Pokémon Go"

12/07/2016 13h53

Baseado em desenho animado japonês, jogo de realidade aumentada deixa usuários vulneráveis à ação de criminosos, alertam autoridades. Aplicativo do game superou a popularidade do Tinder nos EUA.

O novo jogo para smartphones Pokémon Go, baseado no desenho animado japonês dos anos 1990 se tornou rapidamente uma sensação nos Estados Unidos. O aplicativo, porém, acabou sendo utilizado por criminosos como ferramenta para atrair suas vítimas.

Autoridades e órgãos de imprensa americanos associaram o uso do aplicativo a roubos, invasões de propriedade, ferimentos leves sofridos por usuários distraídos e até a um cadáver descoberto no Wyoming.

O jogo de "realidade aumentada", desenvolvido pelas empresas Pokémon Company International, Niantic e Nintendo, utiliza o mapeamento de GPS e os sistemas de câmeras dos celulares. Os usuários utilizam seus smartphones para buscar e capturar, em locais diferentes no mundo real, personagens virtuais como o Pikachu.

Lançado na última quinta-feira (07/07), o aplicativo subiu rapidamente para o topo da lista dos mais baixados da empresa de tecnologia Apple nos EUA durante o fim de semana.

Apenas cinco dias após o lançamento, o jogo já está em mais celulares americano sque utilizam o sistema Android do que o popular aplicativo de paqueras Tinder. O número de usuários dos EUA ativos por dia praticamente se igualou ao da rede social Twitter. O jogo também está disponível na Austrália e na Nova Zelândia.

Não se contava, porém, que o aplicativo pudesse ser usado para fins mais obscuros. Em St. Louis, no Missouri, quatro adolescentes o utilizaram para atrair quase uma dúzia de vítimas para roubos armados, segundo relatos da imprensa e da própria polícia. Eles foram presos após uma das vítimas telefonar para a polícia.

"Ao utilizar o dispositivo de geolocalização do Pokémon Go, os assaltantes conseguiam antecipar a localização e o nível de isolamento das vítimas", informou a polícia, pedindo aos usuários que permaneçam vigilantes ao utilizarem seus aparelhos nas buscas pelos personagens do jogo.

Invasão de propriedade e cadáver

No estado da Virginia, as autoridades policiais alertaram que a utilização do aplicativo não serve como justificativa para a invasão de propriedades particulares. A polícia da cidade de Goochland associou um aumento nos casos de invasões e atividades suspeitas durante o fim de semana à popularidade do aplicativo.

Policiais afirmam ter encontrado pessoas em lojas, igrejas e edifícios do governo durante a noite, quando estes locais estão fechados.

No Wyoming, uma jovem de 19 anos buscava personagens de Pokémon nas proximidades de um rio quando encontrou um cadáver próximo a uma ponte. O homem encontrado teria sido vítima de afogamento. "Eu provavelmente não iria até lá se não fosse pelo jogo", afirmou a americana à emissora CNN.

Problemas nos servidores

O aplicativo atraiu um número de usuários maior do que o esperado nos países onde foi lançado - Austrália, Nova Zelândia e Estados Unidos -, o que gerou problemas em seus servidores. As empresas que o desenvolveram anunciaram que trabalham para resolver a questão, mas o lançamento deverá ser adiado em diversos países.

No Brasil, para aqueles que baixaram o jogo por fora da loja oficial de aplicativos do Google e da Apple, onde ele ainda não está disponível, o jogo chegou a funcionar por algumas horas antes de ter seu funcionamento interrompido sem qualquer notificação por parte das empresas desenvolvedoras. Estima-se que o motivo seja um possível bloqueio por localização, para evitar a sobrecarga dos servidores.

RC/rtr/ap/ots