Como policiais à paisana causaram pânico em Munique
Agentes sem uniforme foram acionados após ataque a tiros em shopping, aumentando temores da população de que terroristas estivessem à solta na cidade alemã. Sindicato justifica operação.
Aparentemente, a informação inicial de que três homens haviam disparado tiros num shopping center de Munique e estavam à solta na cidade na última sexta-feira (26) foi resultado da atuação de policiais à paisana.
De acordo com o jornal "Süddeutsche Zeitung", a polícia de Munique teria informado autoridades federais somente às 23h, cinco horas após o início do ataque a tiros, de que dois dos suspeitos eram policiais à paisana e de que o ataque foi executado por apenas um atirador.
Mais tarde, o homem, que se matou perto da cena do crime, foi identificado como um alemão de origem iraniana, de 18 anos, que tinha obsessão por assassinatos em massa.
Muitos policiais à paisana entraram em ação após o ataque na área comercial - o que explica as fotos em que agentes aparecem de bermuda de sarja ou jeans rasgado, apenas com um colete da polícia.
Assim como os colegas uniformizados, os agentes à paisana portam armas, as quais só devem ser sacadas ou usadas em situações de perigo ou ameaça. Foi o que aconteceu após tiros serem disparados no shopping e numa filial do McDonalds diante dele.
Os homens sem uniforme teriam aumentado o pânico na cidade, fazendo com que testemunhas temessem que terroristas armados estivessem à solta nas ruas e estações da cidade e alarmassem a polícia.
Entre as 18h e as 24h de sexta-feira, a polícia recebeu 4.300 chamadas de emergência e os levou a sério, alertando pelo Twitter para que a população evitasse áreas públicas.
Não reconhecíveis
Um porta-voz da polícia afirmou, no entanto, que os agentes à paisana não saíram andando com a arma em punho em pleno centro da cidade. Normalmente, esses policiais carregam consigo coletes ou pulseiras com a palavra "polícia" escrita em letras grandes, mas se alguns não usaram esses artefatos em meio à confusão em Munique seria justificável, segundo Oliver Malchow, presidente do sindicato da polícia alemã.
"Isso sempre depende da situação. Justamente em caso de atentado, no qual os policiais buscam o agressor, pode ser vantajoso que eles não sejam imediatamente reconhecíveis", afirmou Malchow ao Süddeutsche Zeitung.
A chanceler federal alemã, Angela Merkel, elogiou a atuação da polícia de Munique, e a polícia de várias regiões do país assegurou à população estar bem preparada e receber treinamento regular para lidar com agressores como o da última sexta-feira.
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