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Alemanha solta militar acusado de planejar ataque terrorista

30/11/2017 12h10

Justiça ordena soltura de tenente suspeito de assumir identidade de refugiado e tramar atentados contra figuras públicas. O caso de Franco A. atraiu atenção para extremismo de direita nas Forças Armadas alemãs.A Corte Federal de Justiça (Bundesgerichtshof), mais alta instância para casos de direito civil e penal na Alemanha, ordenou nesta quinta-feira (30/11) a soltura de Franco A., tenente da Bundeswehr (Forças Armadas alemãs) suspeito de planejar um ataque terrorista, alegando falta de provas.

"Até então, os resultados da investigação não fundamentam a forte suspeita de que um ato grave de ameaça ao Estado estava em preparação", argumentou a Corte Federal de Justiça em sua decisão.

Promotores federais acusaram Franco A. de viver uma vida dupla como membro do Exército alemão com sentimentos de extrema direita e como um refugiado que recebia benefícios sociais do governo.

Segundo a acusação, o jovem de 28 anos assumiu a identidade de um refugiado sírio e planejou cometer ataques terroristas visando figuras públicas, fazendo com que a culpa recaísse em requerentes de asilo. Ele é suspeito de roubar fuzis de assalto do Exército alemão e esconder armas num aeroporto de Viena, na Áustria.

O caso de Franco A. atraiu atenção generalizada em toda a Alemanha depois que informações surgiram de que ele armazenou parafernálias nazistas em seu quartel, incluindo uma caixa de fuzil com uma suástica gravada.

Extremismo de direita na Bundeswehr

Comandantes das Forças Armadas da Alemanha tem sofrido pressão crescente do governo federal para lidar com membros de movimentos de extrema direita em suas fileiras.

Autoridades lançaram investigações sobre o sentimento de direita entre soldados, com promotores da cidade alemã de Tübingen investigando alegações de comportamento extremista de direita dentro do Kommando Spezielkräfte (KSK), unidade de operações especiais das Forças Armadas.

De acordo com o Serviço alemão de Contrainteligência Militar (MAD), cerca de 200 soldados da Bundeswehr foram classificados desde 2008 como extremistas de direita. Parlamentares alemães pediram medidas rigorosas para combater o extremismo na Bundeswehr. A porta-voz para a política interna do partido A Esquerda, Ulla Jelpke,por exemplo, disse que "não pode haver perdão para neonazistas".

"Extremistas de direita são bombas prestes a explodir", disse Jelpke, em setembro. "Mesmo sob suspeita razoável, as pessoas em questão não deveriam ter acesso a armas até que as alegações tenham sido esclarecidas."

PV/epd/dpa/afp

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