Pacientes são retirados de reduto rebelde sitiado na Síria
Após acordo entre grupo rebelde e regime, doentes em estado grave são removidos de Ghouta Oriental, sob cerco de forças governamentais há quatro anos. ONU afirma que uma em cada oito crianças da área está desnutrida.Trabalhadores humanitários começaram a remover pacientes com doenças graves da região de Ghouta Oriental, reduto rebelde sitiado por forças do governo da Síria, anunciou o Comitê Internacional da Cruz Vermelha nesta quarta-feira (27/12).
Segundo o Crescente Vermelho da Síria (Sarc), que também participou da operação, os pacientes estão sendo levados para hospitais da vizinha Damasco. A retirada está sendo possível graças a "longas negociações” intermediadas pelo presidente do Sarc e pelo presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
O Jaysh al-Islam, uma das principais fações da área, informou que se prepara para liberar vários prisioneiros, capturados durante combates, após um acordo fechado com o regime do presidente Bashar al-Assad. Os presos serão soltos em troca de 29 doentes graves de Ghouta Oriental.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que cinco pacientes graves foram levados nesta terça-feira à noite de Ghouta Oriental. Há dois dias, o observatório denunciou que centenas de pacientes precisavam sair imediatamente da região sitiada pelas forças governamentais, onde vivem 400 mil pessoas, sendo metade delas crianças.
Desnutrição
No início de dezembro, o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura, denunciou que, apesar do desesperado apelo de várias agências humanitárias para retirar 500 doentes graves da região, as autoridades sírias continuavam bloqueando o movimento. Ao menos 16 desses pacientes morreram, entre eles um bebê de nove meses, vítima de desnutrição.
Imagens de crianças com braços e rostos em pele e osso e relatos de mortes de civis por falta de assistência médica foram mostradas recentemente em negociações de paz em Genebra, conduzidas pelas ONU. De acordo com a ONU, uma em cada oito crianças de Ghouta Oriental está desnutrida – em maio, a proporção era de uma em cada 50.
"Nenhum ganho militar ou político poderia justificar esse sofrimento", disse o diretor para Oriente Médio do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Robert Mardini, no início de dezembro.
Grupos de direitos humanos acusaram o governo de cometer crimes de guerra ao sitiar cidades como tática para levar a população local à fome e forçar grupos rebeldes a se render. A estratégia foi bem-sucedida em outras partes da Síria, mergulhada numa guerra civil desde 2011. O conflito já deixou mais de 340 mil mortos.
Ghouta Oriental foi uma das primeiras áreas a ser tomada pelos rebeldes na sequência de protestos contra o governo. A região está sitiada por forças do regime desde 2013, mas túneis e contrabando garantiram o fluxo de alimentos e medicamentos.
LPF/efe/rtr/ap/lusa
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
Segundo o Crescente Vermelho da Síria (Sarc), que também participou da operação, os pacientes estão sendo levados para hospitais da vizinha Damasco. A retirada está sendo possível graças a "longas negociações” intermediadas pelo presidente do Sarc e pelo presidente da Federação Internacional das Sociedades da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho.
O Jaysh al-Islam, uma das principais fações da área, informou que se prepara para liberar vários prisioneiros, capturados durante combates, após um acordo fechado com o regime do presidente Bashar al-Assad. Os presos serão soltos em troca de 29 doentes graves de Ghouta Oriental.
O Observatório Sírio de Direitos Humanos informou que cinco pacientes graves foram levados nesta terça-feira à noite de Ghouta Oriental. Há dois dias, o observatório denunciou que centenas de pacientes precisavam sair imediatamente da região sitiada pelas forças governamentais, onde vivem 400 mil pessoas, sendo metade delas crianças.
Desnutrição
No início de dezembro, o enviado especial da Organização das Nações Unidas (ONU) para a Síria, Staffan de Mistura, denunciou que, apesar do desesperado apelo de várias agências humanitárias para retirar 500 doentes graves da região, as autoridades sírias continuavam bloqueando o movimento. Ao menos 16 desses pacientes morreram, entre eles um bebê de nove meses, vítima de desnutrição.
Imagens de crianças com braços e rostos em pele e osso e relatos de mortes de civis por falta de assistência médica foram mostradas recentemente em negociações de paz em Genebra, conduzidas pelas ONU. De acordo com a ONU, uma em cada oito crianças de Ghouta Oriental está desnutrida – em maio, a proporção era de uma em cada 50.
"Nenhum ganho militar ou político poderia justificar esse sofrimento", disse o diretor para Oriente Médio do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Robert Mardini, no início de dezembro.
Grupos de direitos humanos acusaram o governo de cometer crimes de guerra ao sitiar cidades como tática para levar a população local à fome e forçar grupos rebeldes a se render. A estratégia foi bem-sucedida em outras partes da Síria, mergulhada numa guerra civil desde 2011. O conflito já deixou mais de 340 mil mortos.
Ghouta Oriental foi uma das primeiras áreas a ser tomada pelos rebeldes na sequência de protestos contra o governo. A região está sitiada por forças do regime desde 2013, mas túneis e contrabando garantiram o fluxo de alimentos e medicamentos.
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