Dezenas de meninas somem após ataque do Boko Haram na Nigéria
Polícia evita falar em rapto, mas confirma que 111 meninas não foram mais visitas depois que extremistas invadiram escola. Esse pode ser o maior sequestro de garotas no país desde Chibok.Mais de cem meninas estão desaparecidas no nordeste da Nigéria após um ataque do grupo jihadista Boko Haram, afirmou a polícia nigeriana nesta quarta-feira (21/02). Se o desaparecimento for confirmado, esse pode ser o maior sequestro de meninas no país pelos extremistas desde o rapto de 276 garotas em Chibok, em 2014.
A polícia afirmou que, ao todo, 111 meninas não foram mais vistas depois do ataque do Boko Haram à escola onde elas estudavam numa vila do estado de Yobe. As autoridades, porém, evitaram falar em sequestro.
"Na escola estavam 926 alunas, 815 retornaram ao local ou foram vistas na região. O resto está faltando. Nenhum caso de rapto foi confirmado até agora", afirmou o secretário da polícia de Yobe, Abdulmaliki Sumonu.
O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, enviou os ministros do Exterior e da Defesa para Yobe para acompanharem as investigações.
"Vi meninas chorando e lamentando em três veículos, e elas estavam clamando por ajuda", afirmou uma testemunha, que disse ainda que foi obrigada a mostrar, aos insurgentes, o caminho de saída do vilarejo.
De acordo com testemunhas, os insurgentes do Boko Haram chegaram a Dapchi na segunda-feira de noite. Eles teriam ido direto para a escola e dispararam vários tiros. Várias alunas e professores fugiram do local e acabaram passando a noite escondidos no mato.
Inicialmente, a polícia negou que houvesse desaparecimentos, mas, após a imprensa nigeriana noticiar sobre o caso, as autoridades confirmaram o sumiço das meninas.
Mais de 20 mil pessoas morreram e 2 milhões foram obrigadas a deixar suas casas na Nigéria desde o início da insurgência do Boko Haram, em 2009.
Rapto em Chibok
Um dos episódios mais marcantes do conflito foi o sequestro em Chibok. No dia 14 de abril de 2014, uma dezena de caminhonetes com 50 terroristas armados entrou na localidade, ateando fogo a prédios públicos e moradias. Após semearem o caos, eles se dirigiram à escola e capturaram 276 meninas.
Nos dias seguintes ao rapto, 57 meninas conseguiram escapar e alertaram que as reféns mais jovens sofriam até 15 estupros por dia. Os sequestradores também estavam obrigando que elas se convertessem ao islamismo.
Os membros do Boko Haram ameaçavam ainda degolar as meninas se elas se negassem a obedecer as ordens dadas e outras, ainda virgens, foram vendidas por menos de 10 euros ou se tornaram esposas de líderes do grupo terrorista.
As meninas de Chibok tornaram-se um símbolo de dezenas de milhares de pessoas ainda retidas pelo Boko Haram, que usa os raptos em massa para recrutar extremistas. O grupo adquiriu notoriedade internacional ao estabelecer um califado islâmico no norte da Nigéria. Depois, declarou lealdade ao "Estado Islâmico".
CN/rtr/afp
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A Deutsche Welle é a emissora internacional da Alemanha e produz jornalismo independente em 30 idiomas. Siga-nos no Facebook | Twitter | YouTube | WhatsApp | App
A polícia afirmou que, ao todo, 111 meninas não foram mais vistas depois do ataque do Boko Haram à escola onde elas estudavam numa vila do estado de Yobe. As autoridades, porém, evitaram falar em sequestro.
"Na escola estavam 926 alunas, 815 retornaram ao local ou foram vistas na região. O resto está faltando. Nenhum caso de rapto foi confirmado até agora", afirmou o secretário da polícia de Yobe, Abdulmaliki Sumonu.
O presidente nigeriano, Muhammadu Buhari, enviou os ministros do Exterior e da Defesa para Yobe para acompanharem as investigações.
"Vi meninas chorando e lamentando em três veículos, e elas estavam clamando por ajuda", afirmou uma testemunha, que disse ainda que foi obrigada a mostrar, aos insurgentes, o caminho de saída do vilarejo.
De acordo com testemunhas, os insurgentes do Boko Haram chegaram a Dapchi na segunda-feira de noite. Eles teriam ido direto para a escola e dispararam vários tiros. Várias alunas e professores fugiram do local e acabaram passando a noite escondidos no mato.
Inicialmente, a polícia negou que houvesse desaparecimentos, mas, após a imprensa nigeriana noticiar sobre o caso, as autoridades confirmaram o sumiço das meninas.
Mais de 20 mil pessoas morreram e 2 milhões foram obrigadas a deixar suas casas na Nigéria desde o início da insurgência do Boko Haram, em 2009.
Rapto em Chibok
Um dos episódios mais marcantes do conflito foi o sequestro em Chibok. No dia 14 de abril de 2014, uma dezena de caminhonetes com 50 terroristas armados entrou na localidade, ateando fogo a prédios públicos e moradias. Após semearem o caos, eles se dirigiram à escola e capturaram 276 meninas.
Nos dias seguintes ao rapto, 57 meninas conseguiram escapar e alertaram que as reféns mais jovens sofriam até 15 estupros por dia. Os sequestradores também estavam obrigando que elas se convertessem ao islamismo.
Os membros do Boko Haram ameaçavam ainda degolar as meninas se elas se negassem a obedecer as ordens dadas e outras, ainda virgens, foram vendidas por menos de 10 euros ou se tornaram esposas de líderes do grupo terrorista.
As meninas de Chibok tornaram-se um símbolo de dezenas de milhares de pessoas ainda retidas pelo Boko Haram, que usa os raptos em massa para recrutar extremistas. O grupo adquiriu notoriedade internacional ao estabelecer um califado islâmico no norte da Nigéria. Depois, declarou lealdade ao "Estado Islâmico".
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